A Memória da morte: construções narrativas do mito de Arthur na Historia Regum Britanniae

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Martins, Isadora Cristine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-16012024-162408/
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar historicamente a figura do Rei Arthur nas compilações mito-poéticas do século XII, notoriamente a Historia Regum Britanniae, de Geoffrey de Monmouth, e o Liber de Principis Instructione, de Geraldo de Gales, ambas compostas na corte dos Plantagenetas e na Grã Bretanha dominada pelos normandos. Observando a descrição do momento narrativo da morte de Arthur nessas fontes, pudemos constatar uma constância de imagens e topoi que se mantém quase imóvel durante os séculos posteriores. Assim, buscamos aferir os processos e as condições sociais que levaram um monarca cuja origem é inteiramente mítica a ser incorporado e lembrado na memória social como personagem histórico. Para isso, utilizamos um sistema de análise que considera abordagens teóricas acerca da memória, do rito e do mito, e argumentamos que essa lente pode ser um caminho viável para a interpretação de realidades do passado, especialmente nas sociedades do Ocidente Medieval. Em última instância, analisamos também a exumação dos corpos de Arthur e Guinevere na abadia de Glastonbury em 1191, agora considerada pelos historiadores como uma falsificação, para observarmos como o mito incide sobre as práticas culturais e as relações sociais. Argumentamos que as ritualizações em torno de Arthur, como a exumação de seu corpo, colaboram para que o personagem seja inscrito na memória histórica.