Conteúdo de carbono da biomassa florestal da Amazônia e alterações após à queima

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Graça, Paulo Mauricio Lima de Alencastro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20191218-144445/
Resumo: O carbono contido nos vários tipos de vegetação da Amazônia Legal foi estimado, com base nos dados da literatura, em 80 Pg. Este valor representa 14% do conteúdo de carbono da vegetação de todos os ecossistemas do globo terrestre. Deste totaL 95% (78 Pg) estão estocados nas florestas, as quais ocupam 74% da Amazônia. O restante do carbono (2 Pg) está estocado em 24% da área total da Amazônia, principalmente nas savanas (cerrados), campinas e nas áreas de atividades antrópicas. A biomassa aérea média da floresta é de 304 t ha-1. Incluindo-se os componentes da necromassa e da biomassa subterrânea, o valor médio encontrado é de 422 t ha-1. As transformações pela queima da biomassa foram avaliadas para uma floresta aberta localizada na fazenda Nova Vida, em Ariquemes, RO. A biomassa aérea antes da queima foi estimada em 313,3 t ha-1 e corresponde a um estoque de carbono de 152.5 t ha-1 . Após a queima este estoque foi reduzido em 34,6 % (eficiência de combustão). Isto implica numa transferência de 49,4 te ha-1 para a atmosfera. A quantidade de carbono no carvão e nas cinzas formados correspondem a apenas 3 % do estoque de carbono total presente antes da queima. Os métodos direto (destrutivo) e indireto (amostragem por linhas de interseção), para estimar a biomassa após a queima e o carvão, foram comparados e apresentaram um coeficiente de correlação de 0,91. A distribuição da biomassa inicial entre as classes de material vegetal explicou, em grande parte, as diferenças entre os valores de eficiência de combustão encontrados na Amazônia. A alta variabilidade entre as florestas implica em novos estudos para que seja alcançada uma estimativa média de eficiência de combustão mais confiável. Considerando-se os valores encontrados para a eficiência de combustão, em Ariquemes e de outras localidades na Amazônia, estimou-se uma quantidade de 2,9 Pg de carbono liberado no momento da queima das florestas da Amazônia Legal, dos 470 x 103 km2 desflorestados até 1994. A contribuição anual de carbono emitido para a atmosfera foi de 92,0 Tg C ano-1, para o período de 1992 a 1994. Este fluxo anual correspondeu a 6 % das emissões, causadas pelas mudanças no uso da terra nos trópicos.