Correlação entre semiologia clínica e achados do SPECT ictal nas crises epilépticas hipercinéticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Ursula Thomé
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-05012017-093747/
Resumo: INTRODUÇÃO: A classificação recente das Crises Hipercinéticas (CH) proposta por Rheims et al. (2008) sugere dois padrões de CH, baseado na semiologia ictal (Tipos I e II): no Tipo I, a zona epileptogênica foi identificada na região ventral pré-frontal, enquanto que no Tipo II, na região mesial pré-motora. Estudos com SPECT ictal em pacientes com CH evidenciaram hiperperfusão nas regiões frontais e extrafrontais, incluindo ínsula e lobo temporal, além de áreas subcorticais, tais como cerebelo, tálamo, gânglios da base e tronco encefálico. OBJETIVO: Avaliar a rede neural ativada nas CH através do SPECT ictal, correlacionando-a aos dois subtipos de CH (Tipos I e II). MATERIAL E MÉTODOS: Uma amostra de 25 pacientes com idade entre 0 e 60 anos com CH que realizaram SPECT ictal foi submetida a análise do VEEG e das imagens do SPECT ictal a fim de determinar o tipo de CH e as áreas de hiperpefusão ativadas, bem como sua correlação. RESULTADOS: Nove pacientes (36%) tiveram CH do Tipo I, dez (40%), do Tipo II e seis (24%), do Tipo Misto. Não houve diferenças significativas entre os tipos de CH e a presença de semiologia ictal não hipercinética durante as crises, bem como o tempo de doença, frequência das crises, história familiar positiva e exame de neuroimagem anormal. A duração média do tempo de injeção do RF foi de 32,2 segundos. O SPECT demonstrou ativação difusa, com predomínio nas regiões subcorticais, temporal lateral, occipital mesial e frontal dorsolateral. Não houve correlação entre os diferentes tipos de CH e as áreas hiperperfundidas, exceto pela região occipital mesial, que foi significativamente maior no Tipo II. CONCLUSÃO: A classificação proposta por Rheims et al. (2008) é útil porém simplista, já que as CH abrangem uma fenomenologia complexa, não sendo possível classificar todos os pacientes em somente dois tipos (I e II). O SPECT ictal nesta amostra demonstrou a presença de hiperperfusão em diferentes áreas cerebrais, reforçando a hipótese de que uma rede neural ampla, que engloba as regiões frontais e possivelmente extrafrontais, incluindo áreas subcorticais, está envolvida na gênese destas crises.