Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Nunes, Ranchimit Batista |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-30112020-201040/
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Resumo: |
A tese tem como espaço delimitado a escola da comunidade remanescente do Quilombo Brejão dos Aipins, Piauí. O pesquisador buscou compreender como são tecidas as práticas pedagógicas e quais são os desdobramentos cotidianos de um grupo de 17 professores(as), na perspectiva da mobilização dos saberes e fazeres preconizados pela Lei nº 10.639/03, que trata da obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nos currículos escolares e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (DCNEEQ). A pesquisa parte do pressuposto de que uma comunidade quilombola se constitui enquanto unidade cultural na constatação socioantropológica das diferentes maneiras pelas quais os espaços rurais e urbanos brasileiros se expressam nas diversas regiões do país, cuja maior visibilidade é a composição da diversidade. Desde a implementação da Lei nº 10.639/03 e da Resolução n. 8 do CNE, que trata das DCNEEQ, essas unidades culturais tornaram-se asseguradas por um projeto educacional diferenciado, com respeito à suas histórias, seus saberes e costumes relacionados à identidade cultural quilombola. No plano docente, essa perspectiva tem se configurado como um desafio, uma vez que a proposta exige a compreensão acerca da complexidade do ser e do saber. O(a) professor(a) da escola quilombola precisa reconhecer os diversos modelos culturais existentes no país, seja referente ao patenteamento das matrizes curriculares legais que se diferem, seja pela produção de conhecimentos gerais da sua área de atuação. O estudo foi baseado na produção historiográfica das políticas educacionais para as populações afrobrasileiras, sobretudo as implementadas a partir da promulgação da Constituição de 1988. A base teórico-metodológica da investigação está ancorada na leitura de Bourdieu (1975, 1980, 1996, 1998, 2011, 2012); Catani et al. (2007, 2011, 2004); Morin (2000, 2002, 2003, 2004); Moreira e Callefe (2006), entre outros. Os resultados obtidos demonstram que esses(as) professores(as) têm pouco domínio sobre as temáticas tratadas na pesquisa, indicando haver relação direta com a ausência de formação continuada. A forma como o saber tem sido constituído por eles(as) evidencia a fragilidade do ensino das relações étnico-raciais na escola. Dessa maneira, pode-se constatar uma dicotomia na articulação das potencialidades culturais dos alunos com o conhecimento reproduzido no cotidiano escolar, cuja ênfase está no currículo oficial e nas técnicas de ensino utilizadas pelos(as) professores(as), demonstrando a não efetivação de processos que enveredem os capitais culturais do alunado. De outro modo, o estudo elucida a consciência dos(as) participantes em relação às reais necessidades formativas de seus alunos. A prática pedagógica tecida por eles(as), no campo dos saberes locais, pode ser vista como uma atividade pontual, indicando a criação de possiblidades de pertencimento étnico-racial dos alunos, por meio do exercício docente. A pesquisa, nessa perspectiva, garantiu a veracidade de que a problemática apresentada no presente estudo necessita de uma atenção maior. Contudo, abre perspectivas positivas de análise conceitual e da promoção de políticas educacionais no campo/cenário da educação escolar em comunidades quilombolas. |