Impacto financeiro do quadro de profissionais de enfermagem requerido em Unidade de Terapia Intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Araujo, Thamiris Ricci de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-27072015-162453/
Resumo: As restrições orçamentárias nas instituições de saúde têm provocado limitações quantitativas e qualitativas no quadro de profissionais de enfermagem. Esta investigação buscou calcular o dispêndio financeiro para o quadro de profissionais de enfermagem requerido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Trata-se de pesquisa descritiva, abordagem quantitativa, realizada em um hospital de ensino terciário, de grande porte e alta complexidade. A amostra foi composta por 77 pacientes internados na UTI, com idade igual ou maior que 18 anos, independentemente de sexo, diagnóstico, tempo de permanência ou tipo de tratamento. A coleta de dados ocorreu durante 30 dias, nos meses de março e abril de 2014, sendo utilizados procedimentos de caracterização clínica e demográfica dos pacientes; identificação da carga de trabalho da enfermagem pelo Nursing Activities Score (NAS) e do quantitativo diário disponível de profissionais de enfermagem. Sequencialmente, obteve-se o tempo médio de assistência despendido e requerido e o quantitativo diário necessário de profissionais e, a partir desses dados, calculou-se o custo da Mão de Obra Direta. Os dados foram analisados utilizando-se estatística descritiva. Os resultados evidenciaram a predominância de pacientes do sexo masculino (n = 44; 57 %), com média de idade de 57,3 anos (dp = 15,9), tempo médio de internação de 7,3 dias (dp = 7,7), procedentes das Unidades de Internação (n = 29; 38%), com tipo de internação clínica (n = 62; 80,6%) e causas de internação por afecções cardiovasculares (n = 27; 35%). O desfecho obtido em 79% dos casos foi a alta da unidade. O NAS foi aplicado 369 vezes e a pontuação média diária foi de 85,6 (dp = 4,3). O quadro médio efetivo da enfermagem foi de 8,4 enfermeiros e 21,2 técnicos para atender a um quantitativo médio de 12,3 pacientes-dia. O tempo médio de assistência despendido correspondeu a 14,4 horas/dia/paciente (100%), das quais 4,1 horas (28,5%) foram dispensadas por enfermeiros e 10,3 (71,5%) por técnicos. A média da pontuação diária do NAS equivale a 20,5 horas de assistência de enfermagem requerida por paciente. Dessas horas, 5,8 (28,5%) devem ser dispensadas por enfermeiros e 14,7 (71,5%) por técnicos de enfermagem. O quantitativo requerido de profissionais para 24 horas de cuidado é de 42,2 profissionais, dos quais 12 (28,5%) devem ser enfermeiros e 30,2 (71,5%) técnicos. O custo das horas de cuidados dispensadas por paciente, nas 24 horas, foi de R$ 126,36 para enfermeiros e R$ 238,55 para técnicos, totalizando R$ 364,91. Em relação às horas requeridas, os valores obtidos foram de R$ 178,75 para enfermeiros e R$ 340,46 para técnicos, perfazendo o total de R$ 519,21. A diferença no valor do custo da hora do enfermeiro requerida sobre a existente é de R$ 52,39, o que corresponde a um aumento de 29%. Em relação aos técnicos, o aumento é de R$101,91, correspondendo a 30%, o que significa um acréscimo de R$154,30 (30%) por paciente diariamente. A participação da equipe de enfermagem nos custos totais das UTIs justifica a relevância de estudos que possam fornecer subsídios aos gerentes de enfermagem para a tomada de decisões