A fraternidade entre alma do mundo e a almas individuais na filosofia de Plotino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Oliveira, Maria Eduarda Martins de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-24082010-144425/
Resumo: O objetivo desta investigação é demonstrar a identidade de origem entre alma do mundo e almas individuais, ressaltando a igualdade de patamar em que se encontram. Procura-se, com isso, combater uma visão persistente até os dias de hoje junto a alguns comentadores, segundo a qual as almas individuais seriam derivadas da alma do mundo. Nossa estratégia baseia-se em dois eixos centrais: em primeiro lugar, procuramos observar o que Plotino tem a dizer a respeito da questão, para, em seguida, observar a necessidade desta fraternidade entre as almas para a coerência da doutrina plotiniana da alma. Notamos, assim, a origem do problema no tratado IV 9 [8], demonstrando em seguida a posição de Plotino, através da análise dos oito capítulos iniciais do tratado IV 3 [27]. É aí que o filósofo enuncia claramente a fraternidade entre almas individuais e alma do mundo. A seguir, observamos as repercussões desta doutrina para o restante da teoria plotiniana da alma, em especial no que tange à autonomia da alma humana. Neste segundo momento de nosso exame, notamos, inicialmente, o caráter duplo do homem: por um lado, alma superior e divina, e, por outro lado, composto animado, pertencente à natureza. Em seguida, por meio do tratado III 1 [3], observamos a postulação das almas individuais como princípios causais, ao lado da alma do mundo. Com isto, o filósofo procura dar conta da possibilidade de liberdade humana e de atribuição de responsabilidade pessoal. A exigência de Plotino, porém, é a purificação da alma, com a qual sua verdadeira natureza é recuperada: essência inteligível. Somente assim é possível o pleno exercício da faculdade intelectiva. Deste modo, a alma individual, tendo sua fonte na Hipóstase Alma, é capaz de voltar-se para o superior e assimilar-se a Deus. Ao equiparar a alma individual a princípio causal garantidor da liberdade humana, Plotino impede que abdiquemos de nosso caráter divino. Embora seja dupla a constituição do homem, tal duplicidade não deve nos iludir quanto à nossa verdadeira identidade, residente no alto.