Investigação das propriedades psicométricas da Escala de Alexitimia de Toronto em indivíduos com e sem Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gonçalves, Patricia do Espirito Santo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-08022024-135109/
Resumo: INTRODUÇÃO: Existe um consenso entre os pesquisadores das características principais do transtorno do comportamento sexual compulsivo (TCSC), que são: controle prejudicado do comportamento sexual; sofrimento clínico; continuidade do comportamento sexual, apesar de prejuízos significativos nas áreas importante na vida da pessoa. Estudos anteriores já mostram a conexão entre comportamento sexual compulsivo e alexitimia, porém mais evidências são necessárias para que seja considerado como um critério clínico associado ao transtorno. Nesse sentido, faltava investigar a validade da escala de alexitimia de Toronto TAS para uso em pacientes com e sem TCSC. OBJETIVO: Investigar as propriedades psicométricas da Escala de Alexitimia de Toronto, a saber: análise fatorial, confiabilidade, validade de constructo discriminante e convergente em pacientes com TCSC e controles. MÉTODO: Estudo transversal, observacional, exploratório e metodológico, realizado pelo Ambulatório de Impulso Sexual excessivo e de Prevenção aos Desfechos Negativos Associados ao Comportamento Sexual do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com 304 homens e 20 mulheres que alcançaram critério para apetite sexual excessivo (CID-10: F52.7) e dependência de sexo; e o grupo controle foram 114 homens e 13 mulheres que não alcançaram critério, totalizando numa amostra de 451 participantes, com idades acima de 18 anos, e não preencherem diagnóstico para transtornos parafílicos (DSM-5 685), disforia de gênero (DSM-5 451), espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos (DSM-5 87), episódio hipomaníaco ou maníaco atual do transtorno do humor (DSM-5 123), transtornos neurocognitivos (DSM-5 591), e outros transtornos mentais (DSM-5 707). Os participantes realizaram entrevistas diagnóstica e investigativa dos aspectos sociodemográficos e preencheram os instrumentos: Escala de Compulsividade Sexual, Inventário de Triagem do Transtorno Hipersexual, Inventário de Ansiedade de Beck, Inventário de Depressão de Beck, Escala de Alexitimia de Toronto, Escala de Impulsividade de Barratt. RESULTADOS: A análise fatorial exploratória da escala de Alexitimia de Toronto TAS revelou quatro fatores: Fator 1 - Dificuldade em identificar e descrever sentimentos e distinguir sentimentos de sensações corporais (1, 4, 8, 10, 12, 14, 17, 20, 22, 23, 25 e 26); Fator 2 Dificuldade em sonhar (fantasiar) acordado (5, 15, 16, 18); Fator 3 Focalizar eventos externos em vez de experiências internas (7, 11, 13, 19 e 24); e o Fator 4 Dificuldade em comunicar os sentimentos a outras pessoas (3 e 6), ficando de fora três questões (2, 9 e 21), que não carregaram o ponto de correlação mínimo de 0,30 para a retenção do item. A confiabilidade em termos de consistência interna e de reprodutibilidade foram, respectivamente, alpha = 0,84 e ICC = 0,71 para o escore geral. A análise discriminante mostrou que os fatores e o escore geral conseguiram diferenciar os grupos dos indivíduos com TCSC e controles. A validade convergente obteve correlações significativas entre os fatores (1, 2, 3, 4 e escore total) e as escalas (impulsividade, hipersexualidade, compulsividade sexual, depressão), com exceção o fator 4 que não foi significativa com a impulsividade, bem como a escala de ansiedade que não obteve correlação significativa com nenhuma escala, sendo que os coeficientes de correlação, no geral, variaram entre fraco e desprezíveis. CONCLUSÕES: O estudo confirmou que a Escala de Alexitimia de Toronto TAS com 23 itens, é um bom instrumento para avaliar o estado emocional, com satisfatórias confiabilidade, reprodutibilidade, validade convergente e discriminante, com elevado potencial para auxiliar no diagnóstico e prognóstico de indivíduos que buscam tratamento, bem como avaliar a evolução do funcionamento emocional ao longo do tratamento, como nas psicoterapias que precisam de técnicas especificas, mais didáticas, de acolhimento, ao invés de interpretativa, para auxiliar o paciente a aprender a identificar as emoções e nomear os sentimentos, aumentando sua consciência emocional