Geografias negreiras: indícios cartográficos para uma história do racismo no Século das Luzes (1685-1777)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cruz, Milena Natividade da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-21032024-151601/
Resumo: A presente dissertação busca apurar os nexos entre o pensamento geográfico e as concepções racialistas manifestas no Século das Luzes, por intermédio do estudo detalhado da série de mapas murais confeccionada e publicada por Sébastian-G. Longchamps e Jean Janvier em Paris, no ano de 1754. A investigação se detém nas estratégias de discriminação contra pessoas negras, especialmente por considerar os sucessivos edits, déclarations e ordonnances criados para regulamentar a prática da escravidão na França e nas suas colônias. A reconstituição do círculo social e da carreira dos geógrafos, bem como dos contextos de produção e consumo de suas obras sugere importantes indícios para a pesquisa. Deste modo, pretende-se demonstrar como as relações entre as linguagens constitutivas destes artefatos expressaram esquemas mentais socialmente partilhados às vésperas da edição da Encyclopédie dirigida por Diderot e d\'Alembert. Tais conexões permitem refletir sobre o papel dos mapas murais em dois aspectos: como suporte do imaginário geográfico racializado e como representação capaz de impulsionar a propaganda do império marítimo francês em suas disputas pelo comércio transoceânico e domínio dos estabelecimentos nas Américas