Quem tem medo de matemática? estudo sobre como a atitude em relação à matemática impacta estudantes das áreas de negócios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bittar-Godinho, Denise de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-19092019-161830/
Resumo: Quem tem medo da matemática? Essa pergunta me intrigou a vida inteira, eu que sou uma amante dos números. Mas, para além de meu interesse pessoal, estudos anteriores apontam que a dificuldade em lidar com conceitos matemáticos tem se refletido de forma expressiva nos erros conceituais cometidos pelos estudantes de Ciências Contábeis (Sanchez, 2013) em exames de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Na formação em áreas de negócio, como Administração e Contabilidade, a carga das disciplinas obrigatórias da grade curricular do curso de graduação que envolvem matemática, pode alcançar 42% em Contabilidade e 29% em Administração na instituição estudada. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar o impacto que a atitude em relação à matemática tem sobre estudantes de áreas de negócios, ao buscar identificar e entender os mecanismos de compensação que adotam para sobrepujar suas dificuldades ao longo da sua formação. A estratégia de pesquisa adotada foi qualitativa interpretativista. Para isso, foi selecionado um grupo de estudantes de uma disciplina introdutória de contabilidade, de uma instituição pública de ensino. Para esse grupo, apliquei um questionário que mede a atitude em relação à matemática, usando o modelo adaptado e validado por Brito (1998), além de questões adicionais para compreender o perfil de cada estudante e sua relação precedente com a matemática. O questionário permitiu obter, em uma escala de atitudes em relação a matemática, o nível de aversão ou afinidade matemática do respondente. A partir do cruzamento entre os resultados da aplicação do questionário de atitude em relação à matemática e do rendimento acadêmico do estudante na disciplina, classifiquei-os em seis grupos. Em um segundo momento, alguns dos estudantes foram entrevistados de forma a aprofundar a compreensão de sua relação com a matemática e as estratégias adotadas para obter aprovação nas disciplinas do primeiro e segundo semestres do curso, identificadas como tendo maior grau de conceitos matemáticos. As entrevistas realizadas permitiram ilustrar, exemplificar e corroborar os conceitos apresentados no referencial teórico diretamente ligados à manifestação da afinidade ou aversão à Matemática, que são: o reforço da percepção de ser um bom ou mau aluno de acordo com o rendimento acadêmico; a reprodução na forma de crenças de que a aptidão matemática é inata e que a matemática é exata; a associação de questões emocionais a situação adversas durante os estudos da matemática; o consenso entre os respondentes de que a repetição de exercícios é a forma mais eficaz de aprendizado em temas que envolvem a matemática; o entendimento de que as atuações profissionais futuras, bem como as possibilidades de escolhas de carreira, são limitadas pelo rendimento pregresso em matemática, e outras disciplinas; e uma falta de consenso sobre o curso de administração ser restrito ao desenvolvimento de capacidades instrumentais em detrimento do ato de pensar. O estudo dá subsídios para trabalhos futuros que buscarão formas de auxiliar os estudantes no processo de aprendizagem de conceitos matemáticos necessários para minimizar a ocorrência de erros conceituais em sua formação e, depois e como decorrência, em sua atuação profissional. Assim, quem sabe um dia, todos poderão amar matemática tanto quanto eu.