Biodisponibilidade dos compostos fenólicos de Eugenia dysenterica DC e efeito sobre as respostas glicêmica, insulinêmica e incretínica de indivíduos portadores de síndrome metabólica e disglicemia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Araujo, Renata Luise de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-20022020-113820/
Resumo: A cagaita (Eugenia dysenterica DC), pertencente à família das mirtáceas, é um fruto nativo do bioma Cerrado, rico em compostos bioativos fenólicos (CBF) que estão associados a diversos efeitos biológicos benéficos à saúde humana, tais como redução da resistência à insulina e inflamação sistêmica. Os objetivos deste trabalho foram caracterizar quimicamente os compostos fenólicos presentes na cagaita, em especial os elagitaninos (ET), avaliar a biodisponibilidade dos ET presentes no suco de cagaita em seres humanos saudáveis e o seu efeito sobre as respostas glicêmica, insulinêmica e incretínica em indivíduos disglicêmicos, portadores de síndrome metabólica. A caracterização química dos CBF da cagaita foi realizada através de cromatografia líquida de ultra eficiência com ionização por eletrospray acoplada a detector de massas de alta resolução quadrupolo-tempo de vôo (CLUE-ESI-QTOF) e mostrou, de maneira inédita, a presença de elagitaninos como telimagrandina I e pedunculagina, além de derivados de ácido elágico, derivados de quercetina e derivados de miricetina. A biodisponibilidade dos ET da cagaita foi avaliada, após a administração do fruto na forma de suco a indivíduos saudáveis (n=16), por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrômetro de massas com analisador quadrupolo simples (CLAE-DAD-ESI-Q(MS)) e CLUE-ESI-QTOF. Foi possível observar pela primeira vez a metabolização destes compostos (ET) do fruto com a identificação dos metabotipos A (37%), metabotipos B (44%) e metabotipos 0 (19%). Quanto às respostas endócrinas, em voluntários disglicêmicos portadores de síndrome metabólica (n=12) observou-se a área abaixo da curva (AUC) de glicose reduzida em 53%, insulina 38%, GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) 78% e peptídeo-C 58% (p<0,05), em relação ao controle. No entanto, os hormônios GLP-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon), glucagon e grelina não apresentaram diferença significativa em relação à AUC (p<0,05), em comparação ao controle. Também não foi observada diminuição significativa nas pressões sistólica e diastólica dos indivíduos estudados, comparando-se ao controle. Conclui-se, portanto, que o perfil de CBF da cagaita se destaca pela presença de ET, tais como telimagrandina I e pedunculagina, que são passíveis de metabolização, e o consumo do suco deste fruto é capaz de reduzir a glicemia pós-prandial em indivíduos disglicêmicos e portadores de síndrome metabólica.