Lindano como indutor de estresse oxidativo em fígado de peixes (Oreochromis niloticus)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Saito, Erika
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46131/tde-23102024-122158/
Resumo: Os animais aquáticos têm sido cada vez mais utilizados, com sucesso, como modelos biológicos para o estudo de ambientes contaminados. Resultados animadores têm sido obtidos com hidrocarbonetos aromáticos e bifenilas policloradas. Entre os vários marcadores utilizados nestes estudos podemos destacar aqueles relacionados ao estresse oxidativo. Os resultados dos estudos em campo podem sofrer várias interferências ambientais e químicas. A alteração verificada em um determinado parâmetro pode não ser devido unicamente à ação de um xenobiótico mas, devido à uma mistura deles. Além disso, os fatores ambientais, tais como sazonalidade, pH e temperatura da água e ocorrência de doenças parasitárias, também podem interferir nos resultados. Deste modo, para confirmação dos resultados obtidos, em campo, há necessidade da realização de estudos controlados em laboratório. O lindano é o isômero gama do hexaclorociclohexano e apresenta efeito inseticida. O mecanismo de toxidade proposto de lindano, em ratos, baseia-se no estabelecimento de estresse oxidativo. Para verificar o efeito da toxicidade de lindano em peixes realizamos um estudo dose-depente, utilizando a medida de marcadores bioquímicos relacionados ao estresse oxidativo e marcador histológico. Os animais foram expostos à doses subletais de 3, 30 e 300μg lindano/L de água, durante 24h. Não foram verificadas alterações com a dose de 3μg lindano/L de água; entretanto, resultados significativos foram encontrados com a dose de 300μg lindano/L de água. Nesta dose, o lindano promoveu aumento na concentração de citocromo P450, efeito compartilhado pela maioria dos compostos organoclorados. O aumento na concentração do P450 está relacionada com maior capacidade de biotransformação deste pesticida, mas também com aumento da geração de espécies reativas de oxigênio, tais como O2- e H202. A aumentada produção destas espécies, foi acompanhada de aumento significativo na atividade das enzimas superóxido dismutase e catalase. Além disso, detectamos aumentos na concentração de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (índice que mede a lipoperoxidação), na concentração de glutationa total e na atividade da enzima glutationa S-transferase. A análise histológica de amostras de fígado demonstra a presença de colestase, devendo-se ao acúmulo de bile nos hepatócitos, comprometendo a excreção dos metabólitos e conjugados de lindano.