Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1998 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Marina Silva da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20210104-182948/
|
Resumo: |
Este trabalho desenvolve uma extensão da abordagem sraffiana, considerando um modelo com a economia dividida em dois setores, o setor industrial e o agrícola. Partindo de um sistema em unidades físicas é possível determinar valores-trabalho e preços de produção. Inicialmente é realizada uma revisão dos modelos sraffianos e sraffiano-marxistas com produção simples e com técnicas alternativas. Posteriormente, seguindo Sraffa, considerando a produção da mercadoria agrícola, são analisados sistemas em que existem várias qualidades de terra e sistemas em que existem vários métodos ou técnicas de produção empregadas em uma terra homogênea. São analisados três métodos de determinação dos valores-trabalho e conclui-se que aquele que utiliza a sugestão de Morishima, com programação linear, é o mais consistente com a teoria do valor-trabalho. Com base na abordagem sraffiana e na contribuição de Morishima para a análise dos valores-trabalho, podemos verificar que, havendo um setor agrícola com escassez de algum tipo de terra, a existência de uma taxa de mais-valia positiva é condição necessária mas não suficiente para a existência de lucros positivos. Além disso, os valores verdadeiros são sempre positivos. Refutamos três afirmações presentes no trabalho de 1980 de Morishima e Catephores. Primeiro, em um sistema econômico onde terras escassas são cultivadas a taxa de mais-valia calculada para um trabalhador individual pode ser maior do que aquela calculada para todos os trabalhadores do sistema, diferentemente do que pensavam Morishima e Catephores. Segundo, nesse sistema econômico os vaiares ótimos, da mesma maneira que os valores verdadeiros individuais, não são aditivos. E, por fim, a soma dos valores individuais verdadeiros de cada mercadoria multiplicados pelas respectivas quantidades do seu produto líquido no sistema pode ser menor que o valor verdadeiro do produto líquido do sistema. Por se tratar de uma abordagem formal, o modelo sraffiano-marxista em termos de preços de produção possui alguns aspectos não analisados por Marx. Primeiro, a ordem de eficiência das terras não representa uma característica naturalmente dada, mas depende da distribuição de renda e da demanda por cereal na economia. Segundo, a ordem de eficiência não corresponde, em geral, à ordem de rentabilidade das terras. |