Avaliação morfométrica e hemodinâmica da placenta canina e sua relação com o desempenho clínico neonatal no período adaptativo inicial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Marchetti, Patricia Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-20012023-124319/
Resumo: Nos animais eutérios, a placenta é o órgão materno-fetal transitório responsável por permitir a passagem de nutrientes e trocas gasosas entre a circulação materna e fetal. Disfunções placentárias estão relacionadas com desfechos perinatais desfavoráveis, tanto para a mãe como para o concepto, sendo a redução do fluxo sanguíneo útero- placentário a causa mais frequente de insuficiência placentária. O presente estudo teve como objetivos: comparar a hemodinâmica materno-fetal e feto-placentária ao longo da gestação de neonatos que apresentam alta ou baixa vitalidade imediata ao nascimento; comparar a morfologia placentária de neonatos de acordo com a vitalidade ao nascimento e correlacionar a morfo-funcionalidade vascular da placenta com o desempenho e êxito neonatal durante o período adaptativo inicial. Para tanto, foram selecionadas 13 cadelas gestantes, das quais 2 neonatos foram estudados, optando-se por aqueles localizados na extremidade cranial dos cornos uterinos. De acordo com o escore de vitalidade imediatamente ao nascimento, os neonatos foram alocados em dois grupos experimentais: grupo alta vitalidade neonatal (escore de vitalidade superior ou igual a 7, n=10) e Grupo baixa vitalidade neonatal (escore de vitalidade inferior a 7, n=12). Durante a gestação, foram realizadas avaliações ultrassonográficas das artérias uterina e umbilical e monitoramento da frequência cardíaca fetal. As placentas foram avaliadas macroscopicamente quanto ao aspecto geral, coloração, volume e medição da largura e comprimento da faixa zonária. Ademais, as placentas foram preparadas por amostragem sistemática, randômica e uniforme para a avaliação morfológica e morfométrica por estereologia. Os neonatos foram avaliados clinicamente e por saturação periférica de oxigênio ao nascer, aos 10 e 60 minutos de vida, além da lactatemia entre 1 e 5 minutos e 6 horas de vida. Os dados obtidos foram analisados considerando o teste T para comparação entre grupos e tempos (nas variáveis-respostas ultrassonográficas) e teste LSD para comparações entre tempos. As variáveis respostas foram também submetidas à análise de correlação de Pearson. O nível de significância foi de 5%. Nas avaliações ultrassonográficas, houve redução significativa da frequência cardíaca fetal à eminência do parto, independente do grupo experimental. As placentas dos neonatos com alta vitalidade apresentaram maior quantidade de eritrócitos e menor quantidade de grânulos de hemossiderina nos hematomas marginais, maior quantidade de hematoidina na zona glandular e menor quantidade de coágulos na zona juncional. A área de superfície absoluta de contato materno fetal foi maior nas placentas do grupo alta vitalidade neonatal. Os neonatos com baixa vitalidade apresentaram menor peso e temperatura corpórea, mas houve aumento progressivo da saturação periférica de oxigênio até 60 minutos após o parto. Em conclusão, a hemodinâmica materno-fetal não influencia diretamente a vitalidade neonatal no período adaptativo inicial, a despeito da redução na frequência cardíaca fetal próxima ao nascimento. Entretanto, aspectos morfológicos e morfométricos da placenta influenciam a vitalidade neonatal e o desempenho clínico no período de transição inicial.