Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Maciera, Aislan Camargo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-15042015-152720/
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Resumo: |
Primo Levi (1919-1987), de origem judaica, antifascista e químico de formação, passa quase um ano de sua vida como prisioneiro em um dos campos de concentração de Auschwitz. Preso como partigiano, deportado como judeu, e sobrevivente por acaso, Levi faz daquela experiência, através da necessidade de narrar, o ponto de partida de sua literatura. Seu percurso parte da literatura de testemunho, matéria de suas duas primeiras obras, Se questo è un uomo e La tregua. Porém, sua grande vocação narrativa faz com que cultive os mais diversos gêneros ao longo de sua carreira, indo desde a autobiografia, até a poesia, o romance e os contos fantásticos e de ficção científica. A análise da obra literária de Levi, obrigatoriamente, deve considerar dois aspectos, que estão na gênese e na construção de seus escritos: o primeiro é a origem de sua literatura, nascida da experiência como prisioneiro e da observação daquele universo e que dele nunca se desprendeu; o segundo é a sua formação, pois, como químico, o olhar que dirigia ao mundo era determinado pelos preceitos da ciência que escolheu, e pela qual era apaixonado. Assim sendo, pretendemos analisar a literatura de Levi a partir da relação que ela estabelece com a ciência, com a técnica e com a tecnologia, partindo de seu livro de estreia, no qual o olhar do cientista permitiu definir o Lager como um grande experimento biológico e social. As referências para a análise serão os dois primeiros volumes de contos, que se ligam à tradição do fantástico e da ficção científica Storie naturali e Vizio di forma e os dois livros da década de 70, que apresentam a técnica e o trabalho como símbolos de liberdade: Il sistema periodico, obra na qual a química, os químicos e o seu trabalho são protagonistas; e La chiave a stella, que apresenta a exaltação do trabalho liberatório, portador de satisfação e felicidade. Dessa forma, demonstraremos que nenhuma página da literatura de Primo Levi está dissociada de sua experiência como deportado ou de sua formação científica, e isso influencia diretamente o seu estilo, transformando-o em um dos principais representantes, na literatura universal, da relação entre as duas culturas, como também em um dos principais prosadores da segunda metade do século XX. |