Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Canziani, José Roberto Fernandes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-28042004-105912/
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Resumo: |
Este estudo identificou um conjunto de razões que limita o uso de técnicas de gestão nas empresas agropecuárias. Analisando como os produtores rurais administram os seus negócios, e em acordo com a teoria da administração, estas razões foram discutidas através de uma matriz de atividades administrativas. Essa matriz relaciona as funções de planejamento, organização, direção e controle, exercidas no nível estratégico e operacional da empresa agropecuária, com as áreas administrativas de produção, finanças, comercialização e pessoal. Isso possibilitou uma identificação mais precisa dos fatores limitantes à gestão da empresa agropecuária e suas relações com a competência administrativa, composta pelas variáveis conhecimento, habilidades e atitudes. Os principais motivos que justificam o baixo envolvimento dos profissionais da assistência técnica com a gestão da propriedade rural também foram identificados. A coleta de dados primários envolveu duas fases. Na primeira, a investigação valeu-se da técnica de grupos focais, que permitiu reunir informações qualitativas sobre o assunto, em 8 sessões focais com agricultores, pecuaristas e os técnicos que os assistem. Na segunda fase, o assunto foi abordado de forma quantitativa, através da aplicação de 494 questionários junto ao mesmo público alvo, em vários estados do país. Os dados quantitativos foram analisados estatisticamente e os resultados se mostraram altamente significativos (P<0,05). Em linhas gerais, as principais conclusões do estudo foram: (1) a natureza familiar predominante na empresa agropecuária lhe confere uma forma própria de gestão; (2) há significativas diferenças na opinião e percepção de técnicos e produtores sobre a melhor forma de se gerenciar as empresas agropecuárias; (3) os produtores rurais não alteram, contínua e sistematicamente, seu planejamento estratégico de produção, em função das incertezas de mercado e dos custos associados à alteração do processo produtivo; (4) no planejamento financeiro, os produtores rurais normalmente direcionam seus recursos para serem aplicados em estoques ou ativos fixos; (5) na organização da infraestrutura e do pessoal, há uma tendência dos produtores em superdimensionar a disponibilidade desses fatores de produção, visando uma redução dos riscos operacionais inerentes à produção; (6) na organização das finanças, normalmente há um descompasso entre o detalhamento dos registros e a real capacidade de implementá-los com eficiência na empresa; (7) a estrutura funcional dos recursos humanos é ineficiente e centralizada, com acúmulo de responsabilidades no produtor rural; (8) a direção operacional da produção ocupa o maior tempo de trabalho do produtor, gerando ineficiências na direção das demais áreas administrativas; (9) as principais dificuldades no controle são a coleta de dados a campo, resultado do baixo nível de conhecimento, habilidades e atitudes de seus funcionários; e (10) a formulação de recomendações para o gerenciamento da empresa agropecuária deve considerar as características da empresa e do empresário rural, ao invés de serem estabelecidas a priori sem o conhecimento da situação particular de cada caso. Por fim, considerando a importância relativa das diferentes atividades administrativas em empresas agropecuárias referenciais e os fatores limitantes à gestão nessas empresas, fez-se recomendações para a melhoria do processo de aconselhamento administrativo aos produtores rurais. |