Associação do consumo alimentar com o status de ferro de mulheres saudáveis na idade reprodutiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Dias, Gisele Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9132/tde-20072017-153058/
Resumo: Uma dieta adequada em ferro biodisponível é fundamental para a prevenção da anemia por deficiência de ferro entre mulheres na idade reprodutiva, que são grupo de alto risco para essa morbidade. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que no Brasil, 19% das mulheres não grávidas em idade reprodutiva são anêmicas. Identificar fatores dietéticos associados com o status de ferro pode nortear políticas atuais voltadas à redução da prevalência de anemia, como é a fortificação de farinhas de trigo e milho com ferro. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre o consumo habitual de alimentos e o status de ferro de mulheres saudáveis na idade reprodutiva. Foram incluídas 127 mulheres entre estudantes de graduação e de pós-graduação de uma Universidade de São Paulo, com idades entre 18 e 45 anos, saudáveis (relato de menstruação regular e ausência de doenças crônicas ou parasitose intestinal) e não expostas a fatores não dietéticos associados com a deficiência de ferro (gravidez, lactação ou doação de sangue recentes). Foram excluídas do estudo as mulheres com alterações hematológicas ou do status inflamatório e aquelas com dados dietéticos inválidos. A partir de três registros alimentares (RA) e de um questionário de frequência alimentar (QFA), estimou-se o consumo habitual de 30 grupos de alimentos, utilizando a estratégia estatística Multiple Source Method (MSM). Os marcadores do status de ferro utilizados foram ferritina sérica, saturação de transferrina e hemoglobina. Associações foram testadas por análise de regressão linear múltipla, controlando-se pelas covariáveis: ingestão energética habitual, índice de massa corporal, uso de anticoncepcionais hormonais, nível de atividade física, cor de pele autodeclarada, tipo da dieta autodeclarada, idade e escore de fluxo menstrual. As análises foram realizadas no programa SPSS versão 21. Do total de 127 mulheres avaliadas, 16 (12,6%) apresentaram deficiência de ferro (ferritina sérica <15 ng/mL), sendo que 4 delas (3,1%) eram anêmicas (Hb<12g/dL). Valores de ferritina foram positivamente associados com o consumo de \"carnes totais e embutidos\" (&#946; = 0,3%; p = 0,032). Por outro lado, o grupo de \"frutas e sucos naturais\" associou-se negativamente com esse biomarcador (&#946; = - 0,1%; p = 0,039). Uma associação direta entre valores de saturação de transferrina e o consumo de \"carnes bovinas\" foi também encontrada (&#946; = 0,078; p = 0,030). Nenhuma estimativa de consumo habitual de alimentos correlacionou-se com as concentrações circulantes de hemoglobina, ainda que uma forte associação negativa entre esse biomarcador e o relato de restrição dietética de carnes tenha sido observada (&#946; = -0,582; p = 0,006). Entre mulheres adultas saudáveis, estimativas de consumo habitual de carnes e frutas podem predizer variações interindividuais nos biomarcadores do status de ferro. Visando a redução do risco para deficiência de ferro, as recomendações de ingestão desses alimentos devem ser contextualizadas num padrão alimentar saudável e variado, com foco especial na adequação do consumo de carnes não processadas, frutas e sucos naturais.