Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Paiva, Daniela Cristina Profitti de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7144/tde-11012016-134535/
|
Resumo: |
Introdução: O sofrimento mental é resultado da interação entre o impacto emocional de determinado fato na vida da pessoa, sua condição social, temperamento, história de vida e rede de apoio, dessa forma, o sofrimento psíquico não é exclusivo aos indivíduos com diagnóstico de transtorno mental, mas presente na vida de todos. A reforma psiquiátrica, contemporânea à reforma sanitária, levou à desinstitucionalização dos pacientes com diagnóstico de transtorno mental, bem como à criação de uma rede de atenção substitutiva ao hospital psiquiátrico, com o objetivo de promover a cidadania do indivíduo por meio de sua inclusão social, além de buscar a habilitação da sociedade para conviver com o diferente. O Ministério da Saúde orienta a inserção da Saúde Mental (SM) na Atenção Básica (AB), bem como a Estratégia Saúde da Família (ESF) como estratégia de reorganização do sistema de atenção à saúde e fortalecimento do SUS. Objetivos: Conhecer a experiência da equipe de saúde da família no atendimento ao usuário em sofrimento psíquico no cotidiano da prática assistencial. Metodologia: Trata-se de estudo exploratório, descritivo. Os dados foram obtidos com a aplicação de um questionário de identificação e de grupo focal a quatro equipes de saúde da família. Os dados foram analisados utilizando-se a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: A equipe de saúde da família identifica o atendimento ao usuário em sofrimento psíquico em seu cotidiano de trabalho. Reconhece o sofrimento como evento multideterminado. Utiliza como estratégias de cuidado ao usuário o vínculo, o acolhimento, a longitudinalidade, o acesso, a escuta qualificada, o trabalho em equipe, a ação reflexiva; para o cuidado da equipe utilizam o compartilhar de casos e angústias, o trabalho em equipe e momentos de descontração em equipe; para o auto cuidado são utilizadas estratégias de cuidado físico, espiritual, planejamento das atividades profissionais e tentativa de distanciamento do sofrimento. A equipe de saúde percebe-se em sofrimento diante da exposição à violência e da sensação de impotência, com repercussões em sua saúde mental, física e nas relações familiares. Conclusão: A organização do trabalho na ESF favorece a ampliação da percepção das necessidades de saúde da população, porém os profissionais deparam-se no cotidiano de trabalho com a miséria, a violência, com o suporte organizacional e o trabalho em rede insuficientes, tornando-se vítimas de sua formação biologicista e onipotente, insuficiente ao se tratar da complexidade da SM e da própria vida com todas as esferas que a compõem. O sofrimento do profissional, exposto no presente trabalho, evidencia a necessidade da garantia institucional de um espaço em que o trabalhador possa discutir a organização do trabalho, expor suas dúvidas, angústias e dificuldades pessoais. A proposição desta pesquisa é a implementação de espaço de supervisão aos profissionais da ESF, tendo os profissionais de SM da equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) como mediadores e apoiadores nesse processo |