Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Azevêdo, Maria da Conceição |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19102015-105457/
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Resumo: |
O presente estudo procura contribuir para as reflexões sobre o trabalho docente no ensino superior, no que se refere especificamente ao trabalho do professor formador. Nessa perspectiva, foi realizada uma investigação sobre as práticas de trabalho de uma professora do Curso de Licenciatura em Letras da Universidade Federal do Pará, no campus do município de Bragança. A pesquisa visa investigar como o trabalho da professora formadora se constitui, na articulação entre as esferas acadêmico-institucional e sociocultural nas quais se insere e a esfera da sala de aula. Intenciona também analisar como essa professora vem construindo sua (nova) trajetória profissional no contexto pesquisado, ou seja, como ela vem se tornando professora universitária, especificamente, formadora de professores nesse locus. Para isso foi desenvolvida uma investigação qualitativa, configurada como um estudo de caso e consubstanciada por meio da observação e do registro de práticas cotidianas de trabalho da professora formadora. A geração dos dados consistiu no acompanhamento das práticas docentes durante a efetivação da disciplina Estágio Supervisionado II, ministrada a uma turma cursando o sexto período da licenciatura. A observação e o registro dessas práticas ocorreram por meio do recurso a anotações em um diário de campo, gravações em vídeo (e/ou em áudio, em algumas situações) das interações com os alunos. Além disso, foram realizadas entrevistas com a professora, foi aplicado um questionário aos estudantes e foram coletados documentos escritos e digitalizados. Do ponto de vista teórico, a investigação mobiliza as noções de habitus e de campo, no âmbito dos estudos relativos às teorias da prática (BOURDIEU, 1983; 2003; 2004; HANKS, 2008; SETTON, 2002); estudos que abordam o trabalho docente (TARDIF; LESSARD, 2007; TARDIF, 2012); além de estudos que tematizam a docência no ensino superior (PIMENTA; ANASTASIOU, 2012; ZABALZA, 2002; SGUISSARDI; SILVA JÚNIOR, 2009; CHAMLIAN, 2003, entre outros), o professor formador (ANDRÉ et al, 2010; HALU, 2014; NASCIMENTO, 2006, entre outros) e a formação de professores (PIMENTA; LIMA, 2012; LÜDKE, 2009; GATTI; BARRETO, 2009, entre outros). O aporte teórico relativo ao conceito de contexto, conforme concebido por Hanks (2008), foi também mobilizado, para orientar os procedimentos de análise dos dados. O estudo constatou que, para desenvolver seu trabalho, a professora formadora precisa lidar com injunções de diversas ordens, relacionadas a fenômenos gerados tanto no âmbito da conjuntura institucional local quanto nas esferas mais amplas dos campos da educação superior, da formação de professores e das instituições escolares, requerendo a utilização de variadas estratégias a fim de acomodá-las e fazer acontecer o estágio. Isso revela como fenômenos gerados no plano institucional transformam-se em problemas com os quais a docente precisa lidar e acomodar no plano da relação pedagógica imediata. Evidenciou também que o processo de alinhamento da professora formadora ao habitus do novo campo profissional é atravessado pelas relações entre os processos de socialização anterior que, no âmbito da pesquisa, remetem principalmente à formação acadêmica e à trajetória profissional na educação básica e a socialização presente, no interior do novo campo de trabalho. |