Autocuidado e gestão de si: hábitos saudáveis na mídia impressa semanal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Moraes, Maria Regina Cariello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-23012015-182017/
Resumo: Nas últimas décadas, assistimos ao aumento da preocupação com a saúde e à consolidação da concepção de que ser saudável depende tão somente da sistematização dos hábitos cotidianos e de comportamentos considerados corretos para manter a longevidade. A adoção de um estilo de vida saudável padronizado por critérios científicos vem se tornando, aparentemente, uma obrigação que independe da escolha voluntária, tamanha é a pressão social que demanda do indivíduo autocuidado. A propalada concepção de saúde enquanto amplo bem-estar inclui a adoção de hábitos preventivos que mantenham a saúde física e mental pelo máximo número de anos, de preferência conservando a beleza, o bom humor e a disposição produtiva da juventude. Ao mesmo tempo evidencia-se uma nova moralidade pautada nos riscos de saúde, na qual a responsabilidade sobre o próprio adoecimento condena os não saudáveis à condição de irresponsáveis e desviantes. O objetivo desta tese é problematizar a retórica acerca da vida saudável, a partir do noticiário semanal veiculado em revistas brasileiras de variedades, procurando identificar o que poderia ter contribuído para a sobrevalorização da saúde como norteadora dos comportamentos. Do ponto de vista da discussão efetuada, o atual ideário de saúde e bemestar é resultado de um processo abrangente, de âmbito mundial, que envolve tanto aspectos macroeconômicos como modificações nos valores culturais que confluíram para a legitimação da responsabilidade individual por todas as condições de existência, inclusive por aquelas advindas das circunstâncias sociais. O autocuidado em matéria de saúde seria parte de uma conduta racional de gestão de si, como se o indivíduo fosse uma empresa, legitimada como ideal de bem-viver, que pressupõe a autodisciplina corporal e emocional para maximização da vitalidade ou do capital humano. O indivíduo passa a ser, ele próprio, objeto de trabalho para alcançar uma vida melhor e mais longa, que, de acordo com o noticiário, estaria apenas nas mãos de cada um