A tradução dialetal em Don Segundo Sombra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Martins, Vinicius
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-19122013-144350/
Resumo: As variantes dialetais de cada idioma possuem características geográficas, sociais, situacionais e culturais muito próprias e que podem vir a ser diferentes das encontradas em qualquer outra língua. Portanto, a tradução dessas variantes estaria diante de problemas para os quais seria necessário empregar uma variedade de técnicas tradutórias que, a nosso ver, merecem uma investigação mais detalhada. Assim, esta pesquisa tem como tema o estudo da tradução da representação literária do dialeto rural no romance Don Segundo Sombra (1926) do escritor argentino Ricardo Güiraldes para o português. A necessidade de um trabalho que vise analisar a tradução da representação literária do dialeto deve-se à falta de pesquisas sobre traduções de variantes dialetais que tenham como corpus original uma obra literária de língua espanhola e se baseie numa metodologia que exponha os dados de maneira qualitativa. A pesquisa fornece respostas às problemáticas que envolvem a tradução de dialeto e se beneficiarão dela todos os interessados nos aspectos da tradução de romances regionalistas, tal como aqueles que buscam amostras para os estudos dialetológicos na área de tradução. Analisamos a tradução com o auxílio do modelo de avaliação de qualidade de tradução de Juliane House (1997), baseado em quatro níveis de análise: função do texto individual, gênero, registro e linguagem/texto. Concluímos que o tradutor realiza um trabalho bastante satisfatório ao se aproveitar do contínuo dialetal existente entre o português brasileiro e espanhol, mais especificamente o português do Rio Grande do Sul e o espanhol do Rio da Prata, para marcar a linguagem da tradução como regional e estrangeirizadora. Por meio disso, ele consegue transmitir ao leitor a noção de que as personagens produzem uma variante marcada dialetalmente como não padrão/neutra, sem descaracterizá-las.