A(s) virtude(s) nos diálogos socráticos de Platão: Apologia, Eutífron, Laques, Cármides, República I e Protágoras: análise e comentário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paula Neto, Otavino Candido de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-18122020-202523/
Resumo: Nos diálogos socráticos de Platão, Sócrates examina as principais virtudes: sabedoria, piedade, coragem, temperança e justiça. Examinar as virtudes significa, para Sócrates, procurar conhecer a natureza ou essência (τί ἐστιν) de cada uma e a relação que mantêm entre si. Descobrir a essência de cada virtude é descobrir, ao mesmo tempo, a essência da própria virtude ou excelência (ἀρϵτή). O objetivo deste estudo é investigar qual é a natureza da(s) virtude(s) para Sócrates, embora os diálogos estudados aqui sejam considerados aporéticos, isto é, eles não chegam - ou não chegariam - a um resultado satisfatório a respeito da(s) virtude(s) que investiga(m). Contra esse entendimento, pretendo mostrar, nos diálogos estudados, as características de cada uma das virtudes, o modo como Sócrates as pensa, o conceito ou noção que ele tem delas e de sua unidade e o modo como a presença delas na alma torna o indivíduo virtuoso. Nesses diálogos, Sócrates busca levar seus interlocutores - e Platão seus leitores - ao conhecimento preciso da verdadeira natureza de cada virtude e da unidade que formam. Sustentarei, entre outras coisas, que embora haja um sentido em que se pode dizer que esses diálogos são aporéticos, é possível, no entanto, numa medida importante, obter uma compreensão adequada a respeito da natureza das virtudes e de sua unidade. Esposo a tese de que Sócrates está menos preocupado em refutar seus oponentes do que em fazê-los compreender a importância das virtudes para a vida virtuosa. O exame da vida, que Sócrates propõe a todos os homens, é o meio pelo qual se pode alcançar o único conhecimento, na visão de Sócrates, que permitirá ao homem viver uma vida virtuosa. Ao se examinarem as virtudes, examina-se, na verdade, a própria vida e como se pode ser feliz sendo virtuoso. Como diz Sócrates, \"a vida sem exame não vale a pena ser vivida\".