Assistência a negros e não negros nos centros de atenção psicossocial em álcool e outras drogas nos estados do Amapá, Minas Gerais e São Paulo: um estudo comparativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Nelma Nunes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-13092017-104254/
Resumo: O movimento de Reforma Psiquiátrica trouxe a necessidade de reestruturar os serviços de assistência em saúde mental e para tal a avaliação torna-se prioritária para prestar uma assistência integral e humanizada. Diante desse contexto e considerando que a população brasileira é constituída em sua maioria por negros (pretos e pardos), é fundamental que todas as pesquisas em saúde tenham um recorte racial, a começar pela inserção do quesito raça cor. Desta forma identificando o perfil e as peculiaridades dessa população, garantindo assim a qualidade da assistência com a utilização dos dados encontrados no processo de avaliação. Estudo de caráter descritivo, exploratório e transversal, teve como objetivo: comparar variáveis sociodemográficas relacionadas ao cuidado recebido dos usuários atendidos em CAPSad nos estados AP, MG e SP quanto ao quesito raça/cor. Foram entrevistados 707 usuários atendidos em CAPSad nos estados AP, MG e SP Para o presente estudo foram utilizados: os seguintes instrumentos um questionário de dados sociodemográficos, a Escala de Satisfação SATIS-BR e a Escala de Avaliação da Percepção de Mudança (EMP). Este estudo constatou as seguintes características de variáveis sociodemográficas: predominância da população masculina (57,3%), que se autodeclararam negros (59,4%), solteiros (59,0%), com faixa etária média de 44 anos, sendo o emprego a principal fonte de renda (31,7%) e com renda familiar de até 2 salários mínimos (71,1%). Quanto à escolaridade, apesar de 94,3% saberem ler, a maioria (38,8%) tinham apenas o ensino fundamental incompleto, e somente 5,1% da amostra deste estudo apresentavam nível superior completo ou acima. Os resultados apontaram que sobre o tempo de permanência no serviço os não negros tem 1,7 mais chances de ficarem mais de 6 meses no CAPSad que os negros, controlado os efeitos de alfabetização, escolaridade e renda. Sobre internação os não negros tem 1,6 mais chances de terem sido internados antes do tratamento no CAPS ad que os negros, controlado os efeitos de alfabetização, escolaridade e renda, sobre a visita domiciliar os negros tem 2,4 mais chances de receberem visita que os não negros, controlados os efeitos de alfabetização, escolaridade e renda. Identificou também que negros e não negros estão igualmente satisfeitos e com a mesma percepção de mudança.