Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Cortez, Isadora Lopes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-05112021-104805/
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Resumo: |
Os fármacos utilizados para o tratamento da esquizofrenia, apesar de atenuarem os sintomas positivos da doença, não melhoram os sintomas negativos e os prejuízos cognitivos e possuem baixa tolerabilidade, resultando em altos índices de descontinuação do tratamento. Evidências recentes sugerem que o sistema endocanabinoide pode ser um novo alvo no tratamento da esquizofrenia. O receptor CB2 modula a neurotransmissão dopaminérgica e atenua o efeito de citocinas pró-inflamatórias e a ativação microglial, alterações observadas em pacientes com esquizofrenia. Modelos animais baseados na administração de antagonistas de receptores NMDA, como o MK-801, e de drogas que potencializam a neurotransmissão dopaminérgica, como a anfetamina, são amplamente utilizados para o estudo da neurobiologia da esquizofrenia e de drogas com propriedades antipsicóticas. Nesse estudo avaliamos a capacidade do HU-910, uma agonista de receptores CB2, em reverter alterações comportamentais relacionadas à esquizofrenia em modelos baseados no tratamento agudo e repetido com MK-801 e no tratamento agudo com anfetamina, bem como a capacidade do composto em induzir a tétrade canabinoide, um conjunto de alterações comportamentais (analgesia, hipolocomoção, catalepsia e hipotermia) resultante da ativação de receptores CB1. Em camundongos machos C57BL/6, o tratamento agudo com HU-910 (30 mg/kg) preveniu a hiperlocomoção induzida pelo MK-801 (0,25 mg/kg), mas não pela anfetamina (2,5 mg/kg). O HU-910, per se, diminuiu a atividade locomotora basal dos animais. Adicionalmente, o tratamento agudo com o HU-910 (3, 10 e 30 mg/kg) atenuou o prejuízo induzido pela administração de MK-801(0,25 mg/kg) e de anfetamina (5 mg/kg) no teste de inibição pelo pré-pulso. O tratamento repetido por 14 dias com MK-801 (0,5 mg/kg) não induziu prejuízo de interação social, porém promoveu déficit cognitivo no teste de reconhecimento de objetos e esse prejuízo foi revertido pelo tratamento repetido com HU-910. O pré-tratamento com AM630 (0,1 e 0,3 mg/kg), um antagonista de receptores CB2, não bloqueou os efeitos do HU-910 no teste de reconhecimento de objetos. Entretanto, o AM630 (1 mg/kg) bloqueou o efeito do HU-910 na hiperlocomoção induzida por MK-801 (0,25 mg/kg). O tratamento agudo com HU-910 possuiu efeito antinociceptivo no teste da placa quente, entretanto não induziu outras alterações que caracterizam a tétrade canabinoide. Esses resultados sugerem que o HU-910 produz efeitos tipo-antipsicóticos em modelo animal baseado no antagonismo de receptores NMDA. Além disso, o tratamento agudo com o HU-910 não induz os quatro efeitos da tétrade canabinoide, indicando ausência de ação sobre receptores CB1. |