Entre-nós: uma análise da conjugalidade homoafetiva feminina sob a ótica das alianças inconscientes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lopreato, Marina Roquette
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-15082019-152919/
Resumo: O aparecimento das novas configurações familiares LGBT tem gerado discussões candentes no cenário mundial. Nos últimos anos, o Brasil teve conquistas jurídicas e sociais importantes. Porém, mesmo diante desses avanços, o país ocupa a posição de primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos por homolesbotransfobia. Os relacionamentos homoafetivos, cada vez mais expressivos e visíveis, trazem a necessidade de compreender como esses casais investem subjetivamente na relação e os dilemas que vivenciam. Esta pesquisa teve por objetivo investigar a conjugalidade homoafetiva feminina e conhecer os impactos do campo de representação social predominantemente atravessado por preceitos heteronormativos nos intercâmbios inconscientes que estruturam o vínculo intersubjetivo desses casais. Foram realizadas entrevistas abertas com casais homoafetivos femininos, no qual a pesquisadora pediu para as entrevistadas compartilharem de forma livre como foi a construção do relacionamento e que pontos da relação elas julgavam importantes de serem compartilhados. O exame do material teve o apoio teórico da psicanálise, baseado nos postulados de René Kaës,que compreende o sujeito do inconsciente enquanto sujeito do grupo. Os conceitos de intersubjetividade, alianças inconscientes e negatividade serviram de embasamento conceitual-teórico e nortearam as discussões. Nos relatos das protagonistas, foram identificadas diversas formas de violência na qual foram vítimas, impingidas através de atos sutis ou de estigmatização dessubjetivante, sugerindo uma recusa da existência legítima e da visibilidade da homoconjugalidade pelos laços sociais e vínculos familiares. Negativamente marcadas, elas narraram episódios de homofobia e um imaginário de associação da mulher homoafetiva com a marginalidade. Esse cenário social de hostilidade desafia os avalistas metassociais e psíquicos do vínculo intersubjetivo e impacta nas alianças de base, fundamentais para a função narrativa e legitimadora da relação