Jovens solteiros: identidade, subjetividade e concepções acerca do casamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Rosa, Bruno de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
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Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-23102013-153319/
Resumo: Historicamente, a família vem passando por transformações e atualmente é difícil defini-la, pois ao lado da família nuclear - composta por pai, mãe e filhos - há várias outras configurações: famílias monoparentais, ampliadas, recompostas, casais homossexuais com filhos de relações anteriores ou adotados. Tal variedade de arranjos domésticos afeta relações familiares, espaços sociais ocupados por homens e mulheres e, por conseguinte, a própria posição masculina na família e na sociedade. A proposta deste projeto de pesquisa foi investigar como homens heterossexuais solteiros de camadas médias, de 25 a 35 anos, concebem sua masculinidade, como vivenciam e expressam seus sentimentos, as expectativas a respeito de relacionamentos afetivo-sexuais, suas concepções sobre casamento e a constituição de uma família. Foram entrevistados dez jovens, residentes na cidade de Ribeirão Preto - SP, com idades entre 26 e 31 anos. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas gravadas e transcritas na íntegra e os dados foram analisados à luz de referenciais teóricos antropológicos e psicológicos. Tornar-se homem relaciona-se diretamente com assunção das responsabilidades esperadas do sexo masculino e a figura do provedor está ligada a duas esferas concretas: trabalho e família. Na construção da identidade masculina, relacionamentos com familiares e amigos, independência financeira e emocional em relação aos pais e valores como honestidade, responsabilidade, respeito e ética foram os aspectos mais citados. Conquistas pessoais, profissionais, materiais, afetivo-sexuais e a convivência com amigos do mesmo sexo foram apontadas como elementos positivos em suas vidas. Já fracassos pessoais e profissionais, dificuldades em relacionamentos com mulheres trazem à tona sentimentos de temor, relacionados inclusive com traição nas relações afetivas, com perda da virilidade e de impotência sexual. Os participantes apontaram como principal diferença entre homens e mulheres o lado racional masculino em contraposição ao lado emocional feminino. De modo geral, disseram se sentir muito bem sendo solteiros e assinalam como a maior vantagem dessa condição o fato de terem menos responsabilidades a assumir - especialmente para aqueles que ainda moram com os pais - o que possibilita acumular mais dinheiro para ser investido em planos futuros, como o próprio casamento. Para alguns deles, o casamento está diretamente ligado à constituição de uma família e à chegada de filhos. A maioria dos participantes mencionou o propósito de se casar e todos manifestaram o desejo de serem pais, inclusive aqueles que têm pais separados e não têm contato com o genitor. Observam-se dificuldades para conciliação de estereótipos sociais solidificados com novas identidades masculinas e femininas e sobre o que é exclusivo dos homens, uma vez que papéis masculinos e femininos estão mais próximos e muitas vezes se confundem. A expressão afetiva ainda está impregnada de preconceitos e restrições, entretanto se nota por parte dos entrevistados um maior contato com seus sentimentos. O casamento civil e religioso não possui valor imprescindível, contudo a união com a atual namorada ou com uma companheira futura é considerada fundamental para a construção da sua identidade enquanto homem