Organização do currículo e construção do conhecimento: uma análise da licenciatura em geografia da UFPI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Francisco das Chagas Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-06102016-151949/
Resumo: Neste estudo, propõe-se compreender como a organização do currículo concorre para a construção do conhecimento no âmbito da formação inicial de professores de Geografia, tendo como referência empírica a Licenciatura em Geografia da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Diante disso, entre as várias possibilidades de análise desse objeto de estudo, opta-se por focar três aspectos inerentes à organização do currículo da Licenciatura em Geografia da UFPI: o campo de produção, a história e a lógica de estrutura e funcionamento do referido currículo. Assim, objetiva-se: 1) caracterizar o campo de produção do currículo da Licenciatura em Geografia da UFPI, identificando os conhecimentos que são selecionados como referência para sua organização, bem como as relações, tensões e convergências que se estabelecem nesse movimento; 2) examinar a história do currículo da Licenciatura em Geografia da UFPI, descrevendo suas trajetórias, contextos e processos de (re) formulação; e 3) investigar a lógica de estrutura e funcionamento do currículo da Licenciatura em Geografia da UFPI, evidenciando os modos de pensar e fazer dos professores formadores acerca da organização do currículo. Para tanto, são analisadas fontes documentais (leis, decretos, pareceres, resoluções...), produzidas no esfera do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Nacional de Educação (CNE), como as diretrizes nacionais para formação inicial de professores da educação básica (Parecer CNE nº 9/2001 e Resolução CNE nº 1/2002) e as diretrizes para os cursos de graduação em Geografia (Parecer CNE nº 492/2001 e Resolução CNE nº 14/2002), e na esfera da Licenciatura em Geografia/UFPI, como propostas de reformulação do currículo, projetos pedagógicos de curso e programas de disciplinas; além de fontes orais, geradas por meio de entrevistas com professores do curso em questão, à propósito de seus modos de pensar e fazer relativos à organização do currículo. Parte-se da hipótese de que há um campo de produção da formação docente, no qual ocorre a organização do currículo da Licenciatura em Geografia da UFPI, regido por regras (ou leis) próprias, mas que, por homologia, pode ser explicado mediante as propriedades ou leis invariantes dos campos, conforme proposição de Pierre Bourdieu dentro de sua teoria geral dos campos. Os resultados evidenciam que o campo da formação docente em Geografia se constitui na confluência de, pelo menos, três outros espaços ou microcosmos sociais específicos (o educacional, o científico da ciência geográfica e o universitário), de modo que a organização do currículo da Licenciatura em Geografia tem como referências uma variedade de conhecimentos e/ou geografias, entre as quais se incluem a Geografia Acadêmica/ Universitária e suas especialidades (Geografia Física, Geografia Humana, Ensino de Geografia), Geografia Escolar, conhecimentos das ciências da educação e saberes docentes (como os saberes da prática e da experiência). Em face das condições de produção desse campo, há, no mínimo, indícios de que a estrutura e funcionamento do currículo da Licenciatura em Geografia da UFPI se fundamenta na dualidade/setorização da Geografia Acadêmica/Universitária, o que repercute nas experiências de formação e, consequentemente, na construção do conhecimento dos futuros professores de Geografia.