Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Cecili Barrozo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-09062022-173135/
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Resumo: |
Entender quais são os principais fatores que influenciam a conectividade entre populações animais marinhas tem sido objeto de diversos estudos há décadas, sendo o a mobilidade dos indivíduos reconhecida como um dos fatores determinantes. Espécies com longo desenvolvimento larval (e.g. planctotróficas) usualmente apresentam populações melhor conectadas que espécies com desenvolvimento direto ou curto desenvolvimento larval (e.g. lecitotróficas), devido sua maior capacidade de dispersão. Entretanto, outras características bionômicas e o ambiente também tem grande influência na conectividade. Além disso, a percepção da conectividade populacional também sofre interferência devido a presença de espécies crípticas, uma vez que tais espécies podem ter extrema semelhança morfológica. Assim, o presente trabalho avaliou como a heterogeneidade ambiental influencia a conectividade de espécies com diferentes modos reprodutivos, através de técnicas de genômica de paisagem comparativa. Para tanto, utilizamos as espécies Perinereis ponteni (Polychaeta, de reproducão sexuada e larva lecitotrófica), Lineus sanguineus (Heteronemertea, de reprodução assexuada e sexuada, e larva lecitotrófica) e Nemertopsis bivittata (Hoplonemertea, de reprodução sexuada, com desenvolvimento larval não completamente conhecido, mas presumidamente planctotrófica). De forma a garantir a monofilia das espécies, as populações estudadas foram avaliadas taxonomicamente. Nesse sentido, amostramos populações ao longo da costa brasileira. Os animais coletados foram utilizados na extração de DNA para prospecção de SNPs, a partir da técnica de Genotyping by Sequencing (GBS). Ainda, acompanhamos o comportamento e desenvolvimento larval do hoplonemertíneo Emplectonema viride como proxy para o desenvolvimento de N. bivittata, uma vez que ambas são da família Emplectonematidae e vivem em ambientes extremamente similares. Contudo, a espécie N. bivittata é na verdade um complexo de espécies, com três unidades evolutivas distintas na costa brasileira. Essas foram descritas como, Nemertopsis berthalutzae, Nemertopsis pamelaroeae e Nemertopsis caete, a última estando presente apenas na costa de Alagoas. A observação do desenvolvimento larval de E. viride indicou a presença de larvas planctotróficas, com longo desenvolvimento, levando em média 120 dias para metamorfose bastante sutil (notada principalmente pela mudança na ciliação e no comportamento). As larvas se alimentam primariamente de nauplius e ciprídes de cracas. Nossas análises de paleodistribuição e demografia de P. ponteni apontaram a presença de um refúgio na região Sudeste durante o Último Máximo Glacial, de onde as populações expandiram. Quanto às análises de genômica de paisagem, observamos que as espécies com desenvolvimento larval mais curto tendem a apresentar populações mais estruturadas, porém ainda com significativo fluxo gênico. Entretanto, fatores ambientais semelhantes afetam a conectividade em todas as espécies, sendo a temperatura e precipitação os mais comuns. Esses fatores estão associados à presença de SNPs candidatos à seleção natural em três das quatro espécies estudadas. Tal achado reforça quão influente as condições ambientais locais e globais são na conectividade e, por conseguinte, na diversidade genética das espécies. |