Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Mota, Jhulia Caroline Nunes Leal da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-17092024-162815/
|
Resumo: |
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença crônica autoimune complexa cuja fisiopatologia envolve fatores genéticos, epigenéticos, imunológicos e ambientais. A alteração nos padrões epigenéticos tem sido proposta como um fator contribuinte no desenvolvimento da autoimunidade e nas manifestações fenotípicas específicas do LES. Nutrientes como o ácido fólico (AF) e a vitamina B12 (B12) desempenham papel como cofatores ou doadores de grupo metil e o perfil de metilação do DNA se relaciona com o estado nutricional destes micronutrientes. Este ensaio clínico controlado duplo-cego teve como objetivo avaliar se a suplementação com ácido fólico e vitamina B12 foi capaz de modular o perfil de metilação do DNA no tecido adiposo de pacientes com LES e peso adequado ou excesso de peso e se essa modulação é diferente de acordo com o estado nutricional. Para isso, 51 mulheres com idade entre 18 e 45 anos, no período pré-menopausa, em remissão da doença e em tratamento com prednisona em dosagem <10 mg/dia e hidroxicloroquina em dose estável foram divididas em dois grupos de acordo com a classificação do estado nutricional segundo o IMC. O grupo eutrofia (EUT) incluiu pacientes com LES e peso adequado (idade: 33,7±7,1 anos; IMC: 22,1±2,4 kg/m²) e o grupo excesso de peso (EP) incluiu pacientes com LES e excesso de peso (idade: 36,3±5,5 anos; IMC: 30,4±3,6 kg/m²). As pacientes de cada grupo foram randomizadas para receberem suplementação com AF (400 mcg) e B12 (2.000 mcg) ou placebo. Antes e após 3 meses da intervenção, avaliou-se parâmetros clínicos, antropométricos, metabólicos e de consumo alimentar e foram coletadas amostras de sangue periférico e tecido adiposo subcutâneo (TAS). A análise de metilação do DNA foi conduzida pela plataforma Infinium Human Methylation EPIC Beadchip e a análise da expressão gênica foi realizada em duplicata por reação em cadeia de polimerase quantitativa em tempo real utilizando o método 2-Ct. Ambas foram realizadas com amostras de TAS. Os testes de Shapiro-Wilk, teste t para amostras independentes e teste qui-quadrado foram utilizados nas análises basais, enquanto a Equação de Estimativa Generalizada (post hoc de Bonferroni) foi utilizada para análise do efeito da intervenção (p<0,05). As mudanças no nível de metilação de cada CpG () foram calculadas considerando um valor mínimo de 5%, p<0,001 e taxa de falsa descoberta <0,05. Observouse aumento das concentrações séricas de AF e B12 após a suplementação em ambos os grupos, entretanto não foram observadas outras alterações nas características fenotípicas. A análise de metilação do DNA evidenciou 418 CpGs diferencialmente metiladas (CpGDMs) após suplementação no grupo EUT, associadas ao metabolismo de sinalização dos receptores do tipo NOD (NLRs), metabolismo de xenobióticos pelo citocromo P450 e via da carcinogênese. Por outro lado, observou-se 657 CpGDMs após suplementação no grupo EP, relacionadas à via do fator de necrose tumoral (TNF)-, regulação da insulina e fosforilação oxidativa. Não foram observadas alterações na expressão dos genes TNF-, IL-6, MTHFR, DNMT1, STAT3, ADIPOQ e LEP após suplementação em ambos os grupos. Nossos achados sugerem que os micronutrientes doadores de metil modulam o perfil de metilação do DNA no tecido adiposo de mulheres com LES e esse efeito é diferente a depender do estado nutricional. Este estudo foi registrado em clinictrials.gov (nº.: NCT05097365) |