Relações tectonicas no setor central da faixa Araçuaí: Análise estrutural por ASM e geocronologia U/Pb e Lu/Hf

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Xavier, Bruna Catarino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ASM
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-22082017-094730/
Resumo: A Faixa Araçuaí, localizada na porção setentrional da Província Mantiqueira, pode ser dividida em três domínios estruturais os quais estão envolvidos em um sistema de empurrões com vergência tanto oeste quanto para leste. A porção ocidental corresponde ao Domínio Milonítico constituido por gnaisses miloníticos de alta temperatura ~750ºC, o Domínio Central é caracterizado por intenso magmatismo tonalítico, granodiorítico e granítico de idade aproximada de 580 Ma e o setor oriental, denominado de Domínio Anatético, formado pelo Leucogranito Carlos Chagas (CC), um granito tipo S de idades compreendidas entre 572 ± 4 Ma a 597 ± 3 Ma. O Domínio Central, formado pelas Suítes Galiléia e Aimorés, são constituídas respectivamente pelos tonalitos São Vitor, e Galiléia e pelo Granito Caladão e o Charnockito Padre Paraíso. A Suíte Aimorés e a borda oeste do Leucogranito Carlos Chagas, constituem-se no foco desta dissertação, a qual teve por meta um estudo estrutural, baseado em Anisotropia de Suscetibilidade Magnética (ASM) e datações através dos métodos U/Pb em zircões e monazitas e Lu/Hf em zircões. Petrograficamente o Granito Caladão tem como característica uma textura porfirítica, com matriz de granulação grossa, composta por quartzo, feldspato, hornblenda e biotita, com cristais de feldspatos de 2 a 5 centímetros. O Charnockito Padre Paraíso é um hiperstênio granito, de cor esverdeada, de matriz de granulação grossa composta de quartzo, feldspato, hiperstênio, biotita e hornblenda, com cristais de feldspato de até 6 centímetros. O Leucogranito Carlos Chagas possui granulação media a grossa e apresenta em sua constituição, quartzo, feldspato, biotita sillimanita, cordierita e granada. Um granito tipo S. Os resultados da análise estrutural através da ASM apresentaram orientações variáveis da foliação magnética em setores distintos dos corpos magmáticos, compatível com a orientação espacial do plúton, indicando assim sua colocação, porém a orientações das lineações magnéticas sugerem uma direção predominantemente NNE-SSW, aventando um fluxo magmático nessa direção. Investigações sobre a mineralogia magnética através de curvas termomagnéticas evidenciaram ocorrências de óxidos de ferro, magnetita e hematita, tanto no Granito Caladão como no Charnockito Padre Paraíso. Os baixos valores de suscetibilidade magnética, da ordem de 10-4 a 10-5 SI sugerem que a ASM, para esses corpos ígneos, é controlada essencialmente pelos minerais paramagnéticos. Os elipsoides de ASM são dominantemente oblatos, caracterizando uma forte deformação por achatamento, apenas localmente foram identificados elipsoides prolato. As análises isotópicas forneceram idades de 500.7 ± 1.5 Ma a 512.1 ± 1.5 Ma (zircão) e 445.0 ± 9.5 Ma (monazita) para o Granito Caladão e de 498 ± 2.4 Ma a 502.7 ± 1.9 Ma (zircão) para o Charnockito Padre Paraíso. Idades obtidas como sendo mais antigas para o Granito Caladão e o Charnockito Padre Paraíso, respectivamente de 556.8 ± 3.7 Ma (zircão) e 576.0 ± 2.2 Ma (zircão) foram interpretadas como zircões herdados das rochas encaixantes quando do emplacement dos plutons. A idade de 570.1 ± 1.7 Ma para o CC na porção norte é compatível com as idades obtidas na literatura, entretanto na porção sul, as idades obtidas são da ordem de 510.8 ± 1.7 Ma e 520.5 ± 2.5 Ma para o CC, indicando pulsos magmáticos diacronicos. As determinações Lu/Hf revelaram valores de ?Hf negativos para todos os plutons estudados, mostrando que são provenientes de retrabalhamento crustal, de uma crosta arqueana e paleoproterozoica.