Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Henriques, Bárbara Labella |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-26052023-105629/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A sífilis é um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Nas pessoas que vivem com vírus da imunodeficiência humana (PVHIV), há maior incidência de sífilis e neurossífilis. Entretanto, não está claro se diagnosticar e tratar precocemente a neurossífilis na ausência de sintomas neurológicos tem benefício clínico. O critério para encaminhar PVHIV com sífilis ativa e sem sintomas neurológicos para punção lombar é controverso e sofreu mudanças na última década, refletindo em heterogeneidade das condutas na prática clínica. Nesta tese, descrevem-se e comparam-se as ocorrências de sintomas neurológicos e de neurossífilis em PVHIV com sífilis incidente e título sérico de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) 1:16 e/ou contagem de células T CD4+ 350 células/mm³ submetidas ou não a investigação precoce de neurossífilis na ausência de sintomas neurológicos (estudo 1). Avaliam-se, ainda, conhecimento, atitudes e práticas de infectologistas e residentes de infectologia quanto ao manejo da coinfecção HIV-sífilis através da aplicação de um questionário (estudo 2). MÉTODOS: No estudo 1, PVHIV em acompanhamento em um centro de referência de São Paulo, sem sintomas neurológicos e com sífilis incidente diagnosticada entre janeiro de 2000 e julho de 2016 foram identificadas e incluídas em uma coorte retrospectiva. Os indivíduos encaminhados para investigação precoce de neurossífilis foram categorizados em grupo 1 e os não submetidos a punção liquórica, em grupo 2. Compara-se a ocorrência de sintomas neurológicos e diagnósticos de neurossífilis entre os grupos usando razões de taxas de incidência e curvas de Kaplan-Meier. No estudo 2, médicos infectologistas e residentes de três instituições públicas de São Paulo, SP, foram convidadas a responder um questionário sobre o manejo da sífilis em PVHIV. RESULTADOS: No estudo 1, foram incluídos 403 participantes com seguimento médio de 6 anos. A taxa de incidência de sintomas neurológicos foi de 36,5/1.000 pessoas-ano no grupo 1 e 40,6/1.000 pessoas-ano no grupo 2 (razão de taxas de incidência de 0,90; intervalo de confiança de 95% 0,571,39; p = 0,623). A taxa de incidência de neurossífilis foi 15,0 casos/1.000 pessoas-ano no grupo 1 e 6,7 casos/1.000 pessoas-ano no grupo 2 (razão de taxas de incidência 2,26; IC 95% 0,93-5,68; p = 0,051). No estudo 2, dos 98 participantes, 23% sabiam as recomendações brasileiras atuais, sem diferença estatística entre médicos residentes e infectologistas. A maioria dos participantes declarou acreditar que os critérios para punção lombar devem ser estendidos para PVHIV com baixa contagem de células T CD4+ (52%), título sérico de VDRL 1:32 (22%) e sífilis latente tardia (30%). CONCLUSÃO: Não foi encontrada diferença estatisticamente significante nas taxas de incidência de sintomas neurológicos entre os grupos, inclusive após ajuste por título de VDRL sérico. Os dados obtidos são condizentes com as diretrizes atuais, que propõem uma investigação menos invasiva entre PVHIV com sífilis incidente. Entretanto, na prática clínica observa-se heterogeneidade no manejo desses pacientes, com muitos profissionais de saúde considerando relevantes critérios laboratoriais e clínicos adicionais para a decisão de investigar neurossífilis em pacientes sem sintomas neurológicos |