Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Damasceno, Rodrigo Lôbo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-29062015-151506/
|
Resumo: |
Esta dissertação propõe um estudo comparativo das obras críticas e poéticas de Fernando Pessoa e Ezra Pound, partindo da hipótese central de que a leitura conjunta dos seus textos proporciona um ângulo privilegiado de análise, tanto de seus procedimentos específicos quanto de alguns dos aspectos axiais da poesia moderna e das tensões que os constituem. Focaliza, para tanto, as estratégias formais que os poetas utilizam na busca por uma espécie de despersonalização poética (seja na escrita de poesia, seja em sua leitura e em sua crítica): os fenômenos da heteronímia e da persona. Como eixo organizador dessa leitura, encontra-se a relação dos dois autores com a tradição literária entendida como arquivo de escritos que caberia ao poeta contemporâneo (moderno e antimoderno) conservar e renovar, o que os faz assumir uma postura contrária à das manifestações mais severas das vanguardas, sobretudo do Futurismo italiano, com as quais polemizam. A tradição, supostamente morta pelos decretos vanguardistas, deve então reviver e retornar nas obras de Pessoa e de Pound que encontram na crítica, na experiência da voz (da multiplicidade de vozes que funda e conforma a poesia) e na tradução os meios próprios para esse retorno. Os ideais de uma despersonalização poética, cristalizados nos expedientes da persona e da heteronímia (mas postas em movimento também em suas traduções e páginas críticas), são lidos aqui, portanto, como passos em busca da conservação e da renovação das vozes que vêm da tradição. Situados num período de extremismos estéticos (nos quais eles também incorrem constantemente), Pessoa e Pound são lidos nessa dissertação como marcos em que a modernidade poética se realiza e ao mesmo tempo se trai, balizas em que o novo e o antigo têm suas definições borradas e em que a modernidade se define por meio de suas próprias indefinições e contradições. |