Relações de larga escala entre a temperatura da superfície do mar do Oceano Atlântico Sul e a precipitação continental na América do Sul no período de 1901 a 2010

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mendes, Marcus Vinicius
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14133/tde-16012021-202302/
Resumo: As interações de larga escala entre o oceano e a atmosfera são essenciais para caracterizar a variabilidade climática ao longo do tempo. Diversos estudos analisaram a variabilidade da temperatura da superfície do mar (TSM) do Oceano Atlântico Sul e da precipitação continental da América do Sul com amostras menores que 50 anos, devido à falta de dados observados e de reanálises mais longas no Hemisfério Sul na época em que foram publicados. A elaboração das reanálises centenárias pela NOAA e pelo ECMWF tornou possível o estudo de variabilidades climáticas que abrangem um longo período. Assim sendo, o objetivo desse trabalho é analisar relações de larga escala entre a TSM do Oceano Atlântico Sul e representar seus efeitos na precipitação continental na América do Sul no período de 1901 a 2010. A análise estatística multivariada das funções ortogonais empíricas (empirical orthogonal function EOF) foi aplicada em dados de reanálise para obter a variabilidade da temperatura da superfície do mar no Oceano Atlântico Sul e da precipitação continental na América do Sul, além disso o índice do dipolo do Atlântico Sul, modo dominante de variabilidade acoplada do Oceano Atlântico Sul, e o índice de larga escala da monção na América do Sul (large-scale index for South America Monsoon LISAM) foram calculados para representar as principais características de larga escala da TSM e precipitação na área de estudo do presente trabalho. As reanálises ERA-20C, ERA-20CM, CERA-20C e NOAA20CR apresentaram padrões espaciais de variabilidade semelhantes nas variáveis analisadas, sendo que a reanálise centenária acoplada CERA20C do ECMWF mostrou-se estatisticamente mais confiável na representação dos dados de precipitação continental na América do Sul. A correlação do índice do Dipolo do Atlântico Sul com a precipitação continental na América do Sul apresentou os maiores valores nas áreas costeiras da Região Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Os efeitos do dipolo do Atlântico Sul nas anomalias de precipitação continental na América do Sul foram mais evidentes na escala sazonal e multidecadal, exercendo maiores influências nas Regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. O Teste de Rodionov aplicado às estações chuvosa e seca do sistema de Monções na América do Sul apontou uma estabilidade nas referidas estações, com poucas mudanças de regime do padrão médio da precipitação no período de 1901 a 2010. Tomando como base a literatura revisada, esse é o primeiro trabalho que fez uma análise climatológica dos efeitos da TSM do Oceano Atlântico Sul na precipitação continental da América do Sul em escalas de tempo multidecadal, decadal, sazonal, mensal e diária no período de 1901 a 2010.