Taxa de cruzamento natural do algodoeiro herbáceo no Estado de Mato Grosso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Moresco, Edina Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20220208-113114/
Resumo: Este trabalho foi elaborado com o objetivo de determinar a taxa de cruzamento e a dispersão de pólen do algodoeiro herbáceo no Estado de Mato Grosso. A taxa de cruzamento foi determinada através de marcadores que controlam a presença e ausência de glândulas nas plantas. Plantas e sementes homozigóticas duplo-recessivas (gl2gl2gl3gl3) não apresentam glândulas. No ano agrícola 97/98, em Rondonópolis, as plantas marcadas foram semeadas em fileiras nas bordaduras de experimentos com algodoeiro e a avaliação foi efetuada em duas épocas de colheita; na primeira colheita obteve-se 7,40% de cruzamentos e na segunda 20,68%. O maior valor encontrado no período mais tardio, conforme o esperado, deveu-se a maior atividade de insetos polinizadores neste período. Através do descarte das sementes coletadas na segunda colheita, pôde-se diminuir a mistura varietal em 55,04%. No ano agrícola de 98/99 foram feitas avaliações em seis localidades; as plantas duplo-recessivas foram dispersas na área experimental; as sementes coletadas das mesmas foram avaliadas para a presença e ausência de glândulas. Os locais avaliados apresentaram os seguintes valores para a taxa de cruzamento: Pedra Preta 1 (68,83%), Pedra Preta II (50,44%), Serra da Petrovina II (46,85%), Serra da Petrovina I (44,98%), Primavera do Leste (8,42%) e Campo Verde (6,54%). A grande discrepância entre os valores encontrados é resultado da ação dos insetos polinizadores presentes em cada região, já que a polinização natural do algodoeiro é efetuada essencialmente por insetos. Neste trabalho, os insetos responsáveis pelo cruzamento foram caracterizados como sendo abelhas (Apis mellifera). O estudo da dispersão e direção de pólen foi efetuado através de um campo de 20 x 20 metros contendo plantas com genes recessivos para o caráter marcador; duas plantas contendo alelos dominantes (Gl2Gl2Gl3Gl3) localizada no centro do mesmo, serviu como fonte de pólen. A regressão traçada para taxa de cruzamento apresentou r2= 98,52% com valores variando de 15,75% (nas fileiras vizinhas ao ponto de dispersão) e 1,04% (a dez metros de distanciamento do mesmo). A taxa de visitação por insetos polinizadores também apresentou decréscimo similar (r2= 89,63%) e valores variando de 48% (nas fileiras vizinhas ao centro de dispersão de pólen) a 16,7% (a dez metros de distanciamento do centro de dispersão de pólen). Os dados obtidos demonstraram que distâncias superiores a dez metros, sem a utilização de barreiras vegetais, minimizam a contaminação entre campos vizinhos. A taxa de cruzamento apresentou diferenças significativas entre as direções cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste). A região Norte apresentou a maior concentração tanto da taxa de cruzamento quanto do percentual de plantas visitadas, determinando que a população de insetos polinizadores apresentava maior atividade nesta porção da área. Deste modo, pôde-se concluir que o algodão é uma espécie de sistema reprodutivo misto, sendo a taxa de cruzamento natural influenciada pela população e ação de insetos polinizadores (abelhas).