Condição periodontal das etnias indígenas Palikur, Karipuna e Galibi Marworno na fronteira franco-brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bento, Wagner Barros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-10022020-134604/
Resumo: Mudanças sociais, econômicas e ambientais nas comunidades indígenas, causadas pela expansão das frentes demográficas e econômicas da sociedade nacional, vêm determinando a dinâmica no quadro de saúde dessas populações. Os impactos causados por essas mudanças podem resultar em riscos à saúde, devido a, entre diversos fatores, o aumento do consumo de alimentos, cuja produção e processamento favorecem a adoção de dietas não saudáveis, transformações ambientais, diminuição da biodiversidade e dispersão de poluentes. Devido a essas mudanças, grandes desafios se impõem à saúde dos povos indígenas, entre outras, as doenças crônicas, como a doença periodontal. Dados epidemiológicos relacionados à saúde bucal, e mais especificamente a condição periodontal, das populações indígenas ainda são escassos. Não há informações epidemiológicas sobre saúde bucal em estudos indexados para as populações indígenas que habitam as Terras Indígenas Uaçá, Juminã e Galibi do Oiapoque, na fronteira entre Brasil e Guiana Francesa. Assim, este estudo teve como objetivo descrever e analisar a distribuição de condições periodontais das etnias palikur, galibi marworno e karipuna, que vivem nas terras indígenas localizadas no município de Oiapoque. Para a realização do estudo serão utilizados o Índice Periodontal Comunitário Modificado e levantamento da Perda de Inserção Periodontal. Como resultado, verificou-se que a maioria dos indivíduos que participaram do estudo, 63,33% eram do sexo feminino, 93.33% da população total pertenciam à etnia Karipuna. Quanto à alimentação verificou-se que 73,33% consumiam alimentação tradicional (produto da caça, pesca coleta e agricultura de subsistência). O índice mais elevado de Perda de Inserção Periodontal foi de 72%, na fixa etária de 35 a 44 anos de idade e o menor foi de 19% na faixa de 15 a 19 anos. Verificou-se que a faixa etária de 15 a 19 anos apresenta a maior média de elementos dentários com sangramento, 18,1 com desvio padrão de ±5,8. A maior taxa de prevalência de doença periodontal foi na faixa etária de 35 a 44 anos, onde verificou-se que 72% desse grupo apresentava essa condição. Quanto à funcionalidade da dentição, a faixa etária de 65 a 74 anos apresentou o menor índice, 0%. Espera-se que os dados apresentados nesse estudo sirvam como base para a elaboração de estratégias de saúde bucal, na prevenção ou mitigação e tratamento de agravos já instalados, em acordo com as especificidades dessas populações.