Efeitos da inalação crônica de cocaína \"crack\" no aparelho respiratório de camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Herculiani, Percyleini Pelegrine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-13022008-110518/
Resumo: INTRODUÇÃO: Uma das formas de uso (ilegal) da cocaína é a forma fumada, através da queima de uma base de cocaína na forma de \"pedras\" (cocaína \"crack\"). O uso da cocaína \"crack\" pode causar alterações de caráter crônico ou agudo no trato respiratório. Neste estudo foram investigados os efeitos da inalação crônica de cocaína \"crack\" no aparelho respiratório de camundongos. MÉTODOS: Quarenta camundongos Balb/c machos com 60 dias de idade (10 animais controles e 30 expostos) foram usados no estudo. Dez animais foram usados para determinar o nível de cocaína sérica após uma única exposição. Vinte animais foram expostos à fumaça de \"crack\" em uma câmara de inalação, 5 dias por semana, durante 2 meses. Os dez animais controles foram mantidos no biotério. Análises morfométricas quantitativas de cortes histológicos de nariz e pulmão foram realizadas através da microscopia óptica. Foram quantificados a espessura e quantidade de muco no epitélio nasal e brônquico, a hemossiderina pulmonar, a espessura da parede e o índice de vasoconstrição de artérias pulmonares de pequeno calibre e a densidade de macrófagos e neutrófilos nas regiões alveolares e peribrônquicas. O grupo exposto e controle foram comparados entre si e as diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05. RESULTADOS: No epitélio nasal observou-se um aumento de muco (p<0,001) e diminuição de sua espessura (p<0,001) no grupo exposto. No epitélio brônquico não houve alteração da quantidade de muco (p=0,075) entre os grupos, mas observou-se significante diminuição da espessura epitelial (p<0,001) no grupo exposto. Houve aumento da hemossiderina pulmonar (p<0,001) no grupo exposto. Nas artérias pulmonares de pequeno calibre não houve aumento da espessura da parede (p=0,782) entre os grupos, mas o índice de vasoconstrição foi significativamente maior (p=0,034) no grupo exposto. A densidade celular dos macrófagos foi maior tanto na região alveolar (p=0,001) como na região peribrônquica (p=0,001). A densidade celular de neutrófilos foi maior na região alveolar (p=0,002) do grupo exposto sendo que na região peribrônquica a diferença não foi significante (p=0,419) entre os grupos. CONCLUSÕES: Nossos resultados mostram que a inalação do \"crack\" causa alterações no aparelho respiratório, afetando desde a mucosa nasal até o parênquima pulmonar. Este estudo contribui para uma melhor compreensão dos efeitos adversos do uso crônico da cocaína \"crack\" no trato respiratório.