Odontopediatria no Sistema Único de Saúde do Brasil: uma análise de 15 anos da produtividade ambulatorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lima, Ricardo Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-06112024-105019/
Resumo: O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento odontológico aos usuários por meio dos serviços públicos de saúde bucal. Embora o SUS centralize seu modelo de cuidado em saúde na Atenção Primária à Saúde, a assistência odontológica especializada é essencial para garantir a integralidade. No entanto, na Atenção Secundária à Saúde, algumas especialidades odontológicas não são obrigatórias, como a Odontopediatria. Portanto, a produtividade dos cirurgiões-dentistas especialistas em Odontopediatria (Odontopediatras) é pouco explorada, criando uma lacuna no estado da arte. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a produtividade ambulatorial de Odontopediatras que atuaram no SUS entre 2008 e 2022. Foi delineada uma análise de série temporal utilizando dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). A quantidade anual de procedimentos odontológicos ambulatoriais realizados por Odontopediatras foi recuperada e normalizada para cada 100.000 residentes com idades entre 0 e 14 anos, caracterizando a incidência pessoa-ano. O período de estudo foi delimitado entre 2008 e 2022, sem restrição quanto ao tipo de serviço. Adicionalmente, foram obtidas informações sobre a quantidade de profissionais e as características dos procedimentos (tipo, complexidade e circunstância) e as macrorregiões onde foram realizados. Os dados foram analisados com um nível de significância de 5% (&alpha; = 0,05), utilizando uma abordagem descritiva, a estimativa de tendência temporal e comparação das incidências em modelos lineares generalizados. Nos últimos 15 anos, foram realizados um total de 29.234.972 procedimentos por Odontopediatras no SUS. Os procedimentos clínicos representaram a maioria (55,4%), sendo significativamente mais incidentes do que todos os outros tipos (p-valor <0,05). Dentro dessa categoria, os procedimentos restauradores e os periodontais foram os mais frequentes (30,7% e 21%, respectivamente). Entre 2008 e 2019, excluindo os anos afetados pela pandemia da COVID-19, a tendência da incidência anual foi estacionária para todos os tipos de procedimentos (p-valor >0,05). Além disso, os procedimentos de baixa complexidade foram a maioria (90,1%), significativamente mais incidentes do que os de média (9,7%) e alta complexidade (0,1%) (p-valor <0,05). Adicionalmente, quanto à circunstância, a maioria dos procedimentos não foi caracterizada (96,9%). Considerando também as macrorregiões do Brasil, a incidência anual foi significativamente menor no Nordeste em comparação com as outras regiões e com a estimativa nacional (p-valor <0,05). O Norte foi a única macrorregião que apresentou uma tendência temporal decrescente nos últimos 15 anos (p-valor = 0,026), enquanto as demais permaneceram estacionárias (p-valor >0,05). No entanto, excluindo os anos afetados pela pandemia da COVID-19, também apresentou o mesmo desfecho (p-valor = 0,351). Além disso, a macrorregião Norte foi a única que não apresentou correlação significativa com a estimativa nacional (p-valor = 0,478). Houve uma redução significativa na incidência mensal dos procedimentos após o início da pandemia da COVID-19, especialmente durante o primeiro e segundo ano (p-valor <0,05). Em relação ao número de profissionais, as macrorregiões Norte e Nordeste estavam abaixo da estimativa nacional, ao mesmo tempo em que Sudeste e Centro-oeste estavam acima (p-valor <0,001). Portanto, foi possível concluir que os Odontopediatras realizaram diversos procedimentos odontológicos ambulatoriais no âmbito do SUS nos últimos 15 anos, apresentando um padrão dominante em termos de tipo e complexidade. Além disso, concluiu-se que existiam disparidades significativas entre as macrorregiões na produtividade ambulatorial.