Contribuição da biodança na qualidade de vida de deficientes visuais

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Schmidek, Helena Cristina Medeiros Vieira
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Complementary therapies; Dance therapy; Pessoas com deficiência visual; Qualidade de vida; Quality of life; Terapia através da dança; Terapias complementares; Visually impaired persons
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-24082021-145048/

INTRODUÇÃO: A Biodança busca desenvolver no indivíduo, incluindo o deficiente visual, potenciais para que este possa alcançar uma melhor integração tanto consigo próprio, quanto com o outro, e, assim, ter grandes chances de uma melhor Qualidade de Vida (QV). OBJETIVO GERAL: Investigar a contribuição da Biodança na QV de deficientes visuais. MÉTODO: Trata-se de estudo de delineamento quantitativo e qualitativo, realizado numa instituição de reabilitação social de deficientes visuais do interior do estado de SP, Brasil. Participaram do estudo 17 deficientes visuais, sendo 10 deles com cegueira e 07 deles com baixa visão, dentre os quais, 07 já haviam praticado Biodança antes da realização do estudo e 10 nunca haviam tido contato com a Biodança. Foram realizadas 15 aulas de Biodança, uma vez por semana, com duração média de 1h10min. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: World Health Organization Quality of Life Assessment-Bref (WHOQOL-bref), para mensurar escores de QV, aplicado antes do início do estudo e após o término das 15 aulas. Questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada sobre a QV, ambos aplicados ao término das 15 aulas. Após cada uma das 15 aulas de Biodança, foram coletados, também, depoimentos sobre o que foi vivenciado. Para análise dos dados, foram realizados testes estatísticos com o software IBM SPSS® Statistics. Para comparar a Qualidade de Vida (WHOQOL-bref) percebida pelos deficientes visuais antes e após as aulas de Biodança utilizou-se o teste de Wilcoxon para amostras relacionadas. Na comparação da QV entre os grupos de cegos e baixa visão, ter ou não participado de Biodança antes da participação no estudo, utilizou-se o teste de Mann-Whitney em cada fase (antes e depois). A análise dos conteúdos das entrevistas e dos depoimentos foi feita através da análise qualitativa descritiva. RESULTADOS: Os resultados mostraram que houve contribuição positiva na QV geral (p=0,021), nos domínios físico (p=0,035) e meio ambiente (p=0,015) após as aulas de Biodança. Os cegos apresentaram melhores resultados na QV que os de baixa visão antes da Biodança nos domínios físico (p=0,033) e psicológico (p=0,007) e, após a Biodança não foi observado diferença significante entre os grupos. Comparando-se a QV antes e depois das aulas de Biodança, houve diferença significante no grupo dos cegos quanto à avaliação geral da QV na questão: \"Como você avaliaria sua qualidade de vida?\" (p=0,038), e no grupo de baixa visão em relação às facetas avaliadas no domínio físico (p=0,28) e na questão: \"Quão satisfeito você está com sua saúde?\" (p=0,023). Houve também melhoras na expressão motora, autorregulação de funções orgânicas, elevação de pensamentos positivos, expressão dos sentimentos, principalmente afetivos, autoestima e aumento da integração social, que caracterizam contribuições positivas na QV dos deficientes visuais, proporcionadas pelas aulas de Biodança. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os achados do estudo permitem considerar, de modo conclusivo, que a Biodança contribuiu, de forma positiva, na QV dos deficientes visuais.