Dinâmica da taxa de câmbio no Brasil de 2004 a 2012: efeitos da crise econômico-financeira internacional de 2008

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Jayane Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
IOF
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-30042014-145008/
Resumo: O presente trabalho teve por objetivo investigar se há evidências de que o regime de política cambial brasileiro teria se alterado no pós-crise econômico-financeira internacional de 2008, além de captar insights acerca da eficácia dos instrumentos de intervenção recentemente aplicados sobre o mercado de moedas e acerca do poder explicativo dos fundamentos da taxa de câmbio. Três fatos estilizados do mercado de câmbio brasileiro incitam essa investigação. O primeiro deles encontra-se no histórico de mudanças de regime cambial do Brasil e das demais economias emergentes, as quais geralmente têm ocorrido em momentos de crises internacionais por impossibilidade dos governos em sustentar o regime vigente. O segundo assenta-se na dinâmica recente do real cuja variação tem se descolado da dinâmica das demais moedas commodities currencies. Por fim, o terceiro ponto está nas inovações recentes em política de intervenção das autoridades monetárias e fiscais visando à gestão da cotação da moeda com medidas tais como as modificações das alíquotas do IOF sobre operações cambiais. Para o alcance dos objetivos foi utilizado o modelo Markov Switching desenvolvido por Hamilton (1989) aplicado ao modelo estrutural de curto prazo para taxa de câmbio, no qual foram consideradas como variáveis explicativas os fundamentos e as intervenções na taxa de câmbio descritas na literatura atual. O modelo foi estimado com ambas as variáveis sujeitas a estados não observáveis, cujas probabilidades de ocorrência são geradas por um processo markoviano. Como resultado foi identificado que não há evidências representativas de modificação na dinâmica da taxa de câmbio no pós-crise que conduzam a interpretação de alteração no regime de política cambial adotado pelo Brasil. Verificou-se também que as intervenções das autoridades monetárias e fiscais não obtiveram eficácia em gerir ou direcionar a variação ou nível da moeda. Ademais, a aplicação do modelo de mudança de regime na série da taxa de câmbio permitiu compreender a sua dinâmica no período recente e o modo como os fundamentos e intervenção perdem e ganham influência na determinação da cotação ao longo dos ciclos da moeda.