Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1996 |
Autor(a) principal: |
Alem, João Marcos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-07092022-103257/
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Resumo: |
Em anos recentes, o mundo rural ganhou uma notoriedade nunca vista na história social e cultural brasileira, mesmo considerando-se mais de quatrocentos anos de passado agrário. Talvez em nenhum outro momento a ruralidade tenha se projetado no imaginário social com tamanha carga simbólica afirmativa. Depois de um longo passado debaixo de críticas e sofrendo do estigma do atraso, o ruralismo passou a ter um resgate prestigioso. Figuras patronais do mundo oligarca e o Jeca Tatu reapareceram transformados, sadios e poderosos, travestidos em novos tipos sociais: o empresário agrícola capitalizado e tecnificado; o pecuarista de recorte texano, com vacas e touros de griffe; o criador de cavalos de raça; o político lobistas dos interesses ruralistas; os empresários e profissionais urbanos que investem em fazendas e sítios; os agro-boys; os cow-boys, os peões de boiadeiro; as duplas de música pop neo-sertaneja e outros tipos sociais expressivos de novas representações do ruralismo, ritualizam em exposições, festas do peão e eventos assemelhados e seriados, uma nova construção simbólica da ruralidade, agora denominada country no brasil. Muito além de ser o correspondente simbólico da modernização das forças produtivas do campo no Brasil, as práticas e a configuração dessa ruralidade inscrevem-se entre as formas de produção simbólica hegemônicas da sociedade de consumo aqui instalada em meio às peculiaridades de uma sociedade desigual. Os produtores da rede simbólica country imiscuem-se por diversos campos da produção cultural, envolvendo desde sujeitos sociais com habitus de elevada distinção social até os sujeitos e as práticas das culturas populares. Constitui-se, então, um expressivo processo de luta simbólica em que se enfrentam os novos e velhos agentes das desigualdades sociais estabelecidas em tomo da categoria rural que, em última instância, continua um significante poderoso das formas como a sociedade brasileira se reelabora na contemporaneidade. O objetivo deste estudo é identificar os sujeitos sociais envolvidos nessa configuração da ruralidade brasileira denominada caipira/sertaneja/country, descrever e interpretar os principais sentidos sociológicos e culturais de suas práticas e representações. |