Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Nagai, Ken Kawaoka |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-27022023-115200/
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Resumo: |
A utilização de raças Bos taurus nos rebanhos brasileiros tem aumentado a fim de atender às novas demandas de mercado e de consumo da carne bovina. Entretanto, quando criados em climas mais quentes, esses animais não apresentam as mesmas capacidades adaptativas em comparação aos Bos indicus. Dentre os problemas associados a essa diferença, destaca-se o estresse térmico, que pode comprometer não só a saúde do animal mas também seu potencial reprodutivo, devido principalmente à maior formação de EROs (espécies reativas de oxigênio) relacionada a este fenômeno. Quando isso ocorre em touros utilizados em programas de reprodução o impacto é maior, uma vez que distúrbios reprodutivos podem passar despercebidos ao exame andrológico comum. Um exemplo disso é a alteração no DNA espermático, que pode resultar em perdas embrionárias até doenças transgeracionais, prejudicando a produtividade e, consequentemente, causando grandes prejuízos a setor. Diante disso, foram utilizados 10 touros da raça Nelore (Bos taurus indicus) e oito da raça Simental (Bos taurus taurus) criados a pasto, na região de Dourados, Mato Grosso do Sul, para conduzir o estudo visando verificar o perfil oxidativo e o DNA espermático em cada raça (Simental e Nelore) e estação do ano (verão e inverno), formando um arranjo fatorial 2x2. As amostras foram descongeladas e analisadas por meio dos testes de susceptibilidade ao estresse oxidativo (TBARS), mensuração da atividade de enzimas intracelulares (SOD e GPx), susceptibilidade à fragmentação do DNA espermático (SCSA), atividade mitocondrial (DAB), potencial de membrana mitocondrial (JC-1), integridade de membranas plasmática e acrossomal (E/N;FITC-PSA), motilidade (CASA) e deficiência de protaminação (CMA3). Observou-se efeito de estação sobre a variável potencial de membrana mitocondrial (85.55 ± 2.21% e 74.58 ± 3.30%, verão e inverno respectivamente; p = 0.0175) e efeito raça na deficiência de protaminação (0.52 ± 0.09% e 0.20 ± 0.10%, Simental e Nelore respectivamente; p = 0.0376). Verificou-se, no inverno, correlações entre variáveis relacionadas à motilidade com variáveis de potencial de membrana mitocondrial e TBARS com SOD. Já no verão, as variáveis de motilidade correlacionam com os níveis de atividade mitocondrial e o TBARS com SOD e GPx. Na análise de componentes principais, tanto no efeito estação quanto na raça, os loadings com maior valor selecionados foram apenas de variáveis relacionadas ao metabolismo energético e ao perfil oxidativo. Esses dados evidenciam a importância do metabolismo energético e o possível efeito negativo do calor no seu funcionamento. Os resultados sugerem que a maior deficiência de protaminação no Bos taurus não esteja relacionada ao estresse térmico, mas sim a uma característica de raça. A inda que esta deficiência não esteja acompanhada de estresse oxidativo, a mesma parece não afetar a susceptibilidade à fragmentação do DNA espermático. Além disso, o caráter multifatorial e dinâmico dos parâmetros do sê men proporcionou desafios para a identificação dos efeitos estudados, uma vez que elementos como a nutrição ou até mecanismos compensatórios do espermatozóide podem ter amenizado as diferenças esperadas. |