Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Braconaro, Patricia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-30102013-114418/
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Resumo: |
Atualmente muitas espécies nativas de pássaros são consideradas raras no Brasil, pois são capturadas de forma indiscriminada por traficantes de animais e são então comercializadas, fazendo com que sejam encontradas cada vez mais em menor quantidade em seus habitats naturais. Animais confiscados do tráfico têm sido submetidos a programas de soltura ou relocação, atentando-se para que os mesmos não representem risco à população nativa. Passeriformes silvestres, saudáveis ou doentes, podem carrear uma grande diversidade de microorganismos e, portanto, o conhecimento sobre o status sanitário de animais apreendidos do tráfico que serão submetidos a programas de soltura, permite uma avaliação quanto à possibilidade destes animais atuarem como portadores de agentes patogênicos bem como atua como elemento esclarecedor da epidemiologia de doenças transmissíveis, aspecto fundamental para a preservação da saúde animal e também humana. O presente estudo procurou avaliar a ocorrência e frequência de bactérias aeróbias e anaeróbias facultativas bem como de fungos em suabes obtidos de cloacas de passeriformes silvestres apreendidos do tráfico e que serão submetidos a programas de soltura. Foram realizados testes de suscetibilidade in vitro dos isolados de E. coli frente a diferentes antimicrobianos utilizando-se o método de disco difusão, bem como a pesquisa de diversos genes codificadores de fatores de virulência nos mesmos através reação em cadeia da polimerase. A maior parte dos passeriformes (62,5%) avaliados apresentou uma microbiota cloacal constituída por bactérias aeróbias e/ou anaeróbias facultativas e/ou fungos, sendo que os microorganismos mais frequentemente isolados foram Staphylococcus spp. (15,0%), Micrococcus spp. (11,5%), Escherichia coli (10,7%) e Klebsiella spp. (10,7%). Observou-se uma maior ocorrência de bactérias Gram positivas seguidas por bactérias Gram negativas e fungos. A frequência de bactérias Gram negativas (28,4% do total de amostras coletadas) foi bastante representativa. Foram isolados 14 gêneros de bactérias, 03 gêneros de leveduras e 04 de fungos filamentosos. As 27 estirpes de E.coli isoladas apresentaram multirresistência aos antimicrobianos, sendo que ampiclina e amoxicilina+ácido clavulânico foram os antimicrobianos frente os quais observou-se maior índice de resistência (100%) por parte dos isolados, enquanto que cloranfenicol foi o antimicrobiano frente o qual observou-se maior índice de sensibilidade (100%). Somente um dos isolados de E.coli foi positivo para presença do gene codificador de fímbria S (sfa), podendo ser compatível com perfil de E. coli patogênica aviária (APEC) ou E. coli uropatogênica (UPEC). Nenhum dos isolados apresentou características condizentes com E.coli enteropatogênica (EPEC). Considerando-se a reduzida ocorrência dos genes codificadores de fatores de virulência estudados pode-se concluir que os passeriformes apreendidos do tráfico representam baixo risco potencial no tocante à transmissão de estirpes de EPECs, APECs e UPECs para outros animais ou mesmo para o ser humano. Por outro lado deve-se considerar o risco potencial de transmissão intra ou interespécies de E. coli multirresistentes aos antimicrobianos bem como a introdução destes micro-organismos no ambiente. Os riscos de disseminação de Salmonella spp., Cryptococcus spp e Candida spp. são pouco prováveis quando considerados programas de soltura. |