Produtividade e valor justo da cana-de-açúcar: uma perspectiva do modelo tradicional e modelo futuro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mendes, Georgia Saiani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-24012023-121245/
Resumo: Os animais e plantas vivos podem ser avaliados através do valor justo sem mercado ativo e isso vem sendo debatido através de vários estudos devido a uma preocupação com a subjetividade que está associada a esse método de mensuração. No caso da cana-de-açúcar em desenvolvimento, ativo biológico importante no cenário brasileiro, é utilizado esse método. Considerando os inputs utilizados para a mensuração a valor justo sem mercado ativo da cana, essa pesquisa se propôs a avaliar a fonte de informação da produtividade, que é um dos fatores necessários para a construção do fluxo de caixa da cana. A produtividade pode ser determinada por meio de diferentes métodos, e a literatura indica que há a possibilidade de determinar por meio de média de safras passadas (método tradicional) ou por meio do modelo de processos biofísicos SAMUCA (modelo futuro). Essa pesquisa tem como objetivo comparar a representação fidedigna do valor justo a partir dos inputs de produtividade da cana-de-açúcar gerados pelos modelos tradicional e futuro. Como amostra, os dados de duas usinas foram utilizados, considerando cada talhão como uma unidade de cálculo do valor justo, sendo observados por safra 44 talhões da Usina A e 83 talhões da Usina B. Para cada talhão, houve uma estimativa de cada modelo, que foi comparado com o modelo base, sendo este o efetivamente realizado pelas usinas, já que foram utilizados dados de safras que já aconteceram. Dessa forma, foram utilizados testes de comparação entre grupos, mais especificamente teste de Friedman e Anova de medidas repetidas, como também testes de comparação entre pares (Teste de Durbin-Conover ou de Tukey) quando necessário, para avaliar os modelos em relação ao modelo base. Os resultados demonstraram que os modelos tradicional e futuro demonstram desempenhos diferentes. Em relação aos indicadores de produtividade (ATR e TCH), tanto o modelo tradicional e futuro apresentaram diferenças significativas quando comparados ao modelo base, sendo que o modelo tradicional apresentou mais diferenças (68,75%) do que o modelo futuro (37,5%). Ou seja, existem evidências de que o modelo futuro tem uma performance melhor do que o modelo tradicional no caso dos indicadores de produtividade. No entanto, no caso do valor justo o modelo tradicional apresentou um desempenho superior do que o modelo futuro, devido uma maior quantidade de semelhanças encontradas entre as safras ao confrontar com o modelo base, assim, o modelo tradicional aponta para uma maior representação fidedigna do que o modelo futuro. Esses resultados demonstram que ainda há espaço para avançar no que diz respeito a mensuração do valor justo de ativos biológicos, principalmente, por meio dos modelos agrometeorológicos.