Potencial de Ruta graveolens L. (Rutaceae) como planta-isca visando ao manejo de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidae) em citros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Albuquerque, Thalita de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rue
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-01102020-163508/
Resumo: O manejo do Greening ou Huanglongbing (HLB), doença mais importante da citricultura, depende de um conjunto de medidas que inclui o controle do inseto vetor, o psilídeo-asiático-dos-citros, Diaphorina citri Kuwayama. Considerando-se que HLB apresenta efeito marcante de borda, em função da disseminação primária de seu agente etiológico, a bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas), é necessário adotar práticas que bloqueiem a entrada de psilídeos imigrantes pela periferia de pomares cítricos, como o plantio-isca. O objetivo deste trabalho foi investigar o potencial de Ruta graveolens L. (Rutaceae) como planta-isca para D. citri. Para isso, estudou-se a resposta comportamental de D. citri a plantas de R. graveolens e Citrus sinensis (L.) Osbeck, por meio de ensaios de: i) pouso e permanência; ii) comportamento arrestante; iii) pistas visuais; iv) oviposição; v) excreção de honeydew; e vi) olfatometria. Utilizaram-se psilídeos sadios criados em Murraya paniculata (L.) Jack, sendo que no estudo de olfatometria também foram avaliados psilídeos criados em plantas cítricas infectadas com CLas, que testaram positivamente (CLas+) e negativamente (CLas-) à bactéria por qPCR. Observou-se que adultos de D. citri preferem pousar e permanecer em plantas de C. sinensis à R. graveolens; porém, o psilídeo prefere sinais visuais fornecidos por folhas de R. graveolens (41,4%) em relação a C. sinensis (33,9%). Tanto R. graveolens quanto C. sinensis apresentam estímulos arrestantes à D. citri. A excreção de honeydew de D. citri é maior em plantas de R. graveolens. Fêmeas excretam mais honeydew que machos e não realizam postura em plantas de R. graveolens. Em bioensaios de olfatometria, fêmeas e machos sadios respondem positivamente aos voláteis de R. graveolens em comparação com ar limpo. Machos preferem voláteis de R. graveolens aos de C. sinensis e, como as fêmeas, respondem mais rapidamente aos voláteis de R. graveolens. Em ensaios com psilídeos CLas+, fêmeas preferem voláteis de R. graveolens em relação aos de C. sinensis, enquanto que os machos respondem de modo semelhante às duas espécies vegetais. Para insetos CLas- criados em plantas cítricas infectadas, tanto fêmeas quanto machos preferem os voláteis de R. graveolens em relação aos de C. sinensis. Em testes de transmissão por D. citri, CLas não infectou R. graveolens. O conjunto dos resultados indica que R. graveolens tem bom potencial como plantio-isca pela sua atratividade visual e olfativa a D. citri, adequação alimentar sem ser hospedeira do inseto, e aparente imunidade a CLas quando inoculada por psilídeos.