"Artífices do próspero mundo novo: colonos, migrantes e imigrantes em São Paulo e no Pará (1868-1889)"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Queiroz, Jonas Marçal de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-22052006-134714/
Resumo: Nosso objeto de estudo é o processo de reorganização do mercado de trabalho, durante as últimas décadas da escravidão, em São Paulo e no Pará. Através da análise dos relatórios dos presidentes de província e de artigos publicados em jornais, principalmente, procuramos interpretar a formulação de representações acerca do trabalhador imigrante. Argumentamos que estas imagens não dizem respeito apenas a seus referentes imediatos, ou seja, os trabalhadores estrangeiros, que os grupos dominantes desejavam como substitutos para os escravos, mas também aos próprios trabalhadores aqui existentes, cativos ou não. Através de um jogo de imagens, invertendo qualidades e defeitos que atribuíam à força de trabalho existente no país, jornalistas e administradores de província não estavam aludindo a um trabalhador real, mas construindo representações que guardavam relações com as dificuldades que os proprietários rurais enfrentavam para conseguir uma força de trabalho numerosa, disciplina e dependente. Em termos historiográficos, corroboramos uma tendência verificada nas produções mais recentes, que concebem a existência de um pacto político entre as elites dirigentes do Governo Imperial e as elites regionais, e não uma subordinação destas por aquelas. A comparação entre semelhanças e especificidades das duas províncias pesquisadas evidenciou que os grupos envolvidos na produção agro-exportadora procuravam conseguir a adesão de setores mais amplos ao seu projeto político. Ao investirem na idéia da properidade futura da nação, condicionando-a ao desenvolvimento da agricultura de exportação, tentavam evitar que propostas alternativas de desenvolvimento fossem gestadas, prejudicando seus interesses.