Avaliação do desenvolvimento da identidade na adolescência: estudo de validade da AIDA em pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alhanat, Malka David
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
AID
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-01092023-163405/
Resumo: A fase da adolescência se caracteriza por um momento de crise no desenvolvimento, em função das características: perda do corpo infantil, distanciamento dos pais, identidade grupal, flutuações de humor e da conduta, busca da identidade, entre outras. Por outro lado, a difusão de identidade caracteriza um estado de organização que se relaciona a um desenvolvimento precário da identidade, ocasionada por diversos fatores, e pode estar presente em transtornos limites da personalidade. A escala AIDA (Avaliação do Desenvolvimento da Identidade na Adolescência), destinada a adolescentes de 12 a 18 anos, avalia a noção e o desenvolvimento da identidade, tarefa principal dessa fase. Como embasamento teórico, se discute o conceito de identidade, como a noção da continuidade do ser. Buscou-se com essa investigação (inserida em pesquisa mais ampla de tradução e validação da escala AIDA para a população brasileira) avaliar a identidade em um grupo clínico de 37 adolescentes brasileiros atendidos em ambulatório psiquiátrico, diagnosticados com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Dessa forma, esta pesquisa também tem objetivo de realizar estudo de validade concorrente da AIDA (entre um grupo clínico e um controle composto por 397 adolescentes brasileiros de escola pública) e convergente, do grupo de Borderline com a AIDA, com o Questionário de Estilo de Defesa (DSQ-40), e com o Questionário de Habilidades e Dificuldades (SDQ). Foram feitos estudos estatísticos adequados para cada instrumento. O DSQ-40 avalia três tipos de defesa: maduras, neuróticas e imaturas, enquanto o SDQ avalia forças e fraquezas do grupo clínico. Os resultados da AIDA confirmam os achados da literatura, no que se refere à escala incoerência e descontinuidade, e nos demais instrumentos, sendo que predominam as defesas imaturas baseados na projeção e cisão (DSQ-40), e dificuldades (SDQ) relevantes no estabelecimento da identidade para os adolescentes com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Há evidências de validade concorrente pelas diferenças significativas nas escalas da AIDA, entre os grupos clínico e controle. Houve também sinais de validade convergente, quanto as correlações entre os fatores das escalas DSQ-40 (com defesas imaturas) e SDQ (mais resultados anormais e limítrofes), e nas escalas descontinuidade e incoerência (AIDA). Em concordância com achados clínicos recentes, a AIDA demonstrou validade e confiabilidade na avaliação da identidade normal e patológica (TPB) em adolescentes, o que a torna valiosa para composição de avaliações diagnósticas e no embasamento de medidas preventivas e interventivas junto a este grupo clínico.