Análise tomográfica em 3D das vias aéreas superiores de adolescentes e adultos com síndrome de Treacher Collins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Inocentes, Renan Jhordan Mettelziefen dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-22042024-154501/
Resumo: Introdução: A síndrome de Treacher Collins (STC), anomalia congênita rara, apresenta alterações craniofaciais características, incluindo a micro e retrognatia mandibular. Dados prévios indicam que as dimensões faríngeas de adultos com STC são negativamente impactadas por esta condição esquelética e que a redução dimensional observada clinicamente nas vias aéreas superiores (VAS) podem justificar a maior ocorrência de AOS. Objetivos: Avaliar a morfologia da VAS de adolescentes e adultos com STC em imagens tomográficas 3D e comparar estes dados com os de indivíduos sem anomalias craniofaciais. Adicionalmente, avaliou-se as diferenças das VAS dos indivíduos com STC nas duas faixas etárias. Material e métodos: A amostra foi composta por três grupos: 1) STCADOL (n=7): tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC) de adolescentes com STC, 2) STC-ADUL (n=10): TCFC de adultos com STC, e, 3) CON (n=9): TCFC de indivíduos sem síndromes craniofaciais, com padrão esquelético Classe II de Angle, similar ao dos grupos STC. As variáveis analisadas foram: 1) Volume total (VT) das VAS, 2) volume da cavidade nasal (VCN), 3) volume total faríngeo (VTF), 4) volume da nasofaringe (VNF), 5) volume da orofaringe (VOF), 6) Área seccional transversa mínima (ASTM), 7) comprimento faríngeo (CF), e, 8) Profundidade Faríngea (PF). As imagens foram analisadas por 2 examinadores (AV1 = RJMI) e (AV2 = MNMR), treinados e cegos para os grupos, em dois tempos distintos (T1 e T2), com intervalo de 2 meses entre as medidas. A reprodutibilidade intra e interexaminador foi calculada (ICC). Na análise estatística, valores de p0,05 foram considerados significantes. Resultados: Os valores de ICC indicaram alta concordância inter e intra-examinador (ICC entre 0,86 e 1,00). Os valores médios (dp) dos volumes (cm³), nos grupos STC-ADOL (13,14±1,67 anos), STCADUL (21,80±4,39 anos) e CON (25,33±8,57 anos) corresponderam, respectivamente, a VT = 22,57±4,65, 33,64±10,67 e 37,10±4,67, VCN = 13,43±3,32, 17,70±6,14 e 20,79±2,85, VTF = 9,13±1,74, 15,96±6,07 e 16,31±3,14, VNF = 5,52±1,50, 9,68±4,09 e 11,16±2,32, VOF = 3,62±1,59, 6,28±2,77 e 5,15±1,60. Os valores médios (dp) da ASTM (cm²), dos grupos STC-ADOL, STC-ADUL e CON, corresponderam, respectivamente, a ASTM = 69,07±36,93, 85,05±45,55 e 106,28±36,94. Os valores médios (dp) de CF (mm) e PF (mm), nos grupos STCADOL, STC-ADUL e CON corresponderam, respectivamente, a 52,90±5,79, 62,47±6,84 e 63,56±5,38, e, 17,06±3,29, 16,44±5,91 e 20,19±2,70. Em todas as variáveis (exceto VOF STC-ADUL vs CON), foi possível observar valores dimensionais numericamente menores nos grupos com STC em relação ao CON, com ênfase para a redução de 9% no volume total e 20% na área seccional mínima do STC-ADUL vs CON. Contudo, na análise estatística, contrariamente ao esperado, valores significativamente menores não foram observados em nenhuma das variáveis, entre os grupos CON e STC-ADUL. Já, na comparação entre os grupos STC, as porcentagens de aumento das VAS entre o grupo STC-ADOL e STC-ADUL corresponderam a +49,11% (VT), +31,79% (VCN), +74,81% (VTF), +75,36% (VNF), 73,48% (VOF), +23,14% (ASTM), 18,09% (CF) e -3,63% (PF). Nesta comparação, valores significativamente maiores foram encontrados nas variáveis VT, VTF, VNF, VOF e CF para os adultos. Correlação forte foi observada entre as variáveis ASTM x VOF nas comparações entre os 3 grupos (STC adolescentes r=0.79, STC-ADUL r=0.84, controles r=0.87; p 0.05). Conclusão: Com base nos resultados encontrados, é possível afirmar que as vias aéreas superiores de indivíduos com Síndrome de Treacher Collins possuem dimensões similares às dos indivíduos sem síndrome, apesar das reduções absolutas encontradas no grupo com STC. Adicionalmente, na população adolescente com STC as vias aéreas superiores estão reduzidas em relação à mesma população na fase adulta, evidenciando crescimento significativo, especialmente nas dimensões faríngeas.