Desenvolvimento de pão fermentado com Saccharomyces cerevisiae UFMG A-905 e avaliação de seus efeitos em um modelo animal de asma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carvalho, Ana Paula Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-07102022-155342/
Resumo: A asma é uma doença heterogênea caracterizada por hiper-responsividade brônquica, inflamação das vias aéreas e remodelamento brônquico. Nos últimos anos, sua prevalência tem aumentado, principalmente nos países desenvolvidos. Muitos estudos têm utilizado probióticos para modular a microbiota e o sistema imune. A Saccharomyces cerevisiae UFMG A-905, uma levedura isolada da cana-de-açúcar, possui características probióticas, com capacidade de modular o sistema imune e prevenir o desenvolvimento de asma em modelo animal. O gênero Saccharomyces é amplamente utilizado na indústria alimentícia, sobretudo na fabricação de pães. Assim, o objetivo desse trabalho foi desenvolver um produto alimentício (pão de forma) com a S. cerevisiae UFMG A-905 e avaliar os seus efeitos em um modelo animal de asma induzido por alérgeno. Assim, três pães foram desenvolvidos e avaliados na Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP: pão fermentado com S. cerevisiae UFMG A-905, pão fermentado com levedura comercial e pão fermentado com S. cerevisiae UFMG A-905 e adicionado de microcápsulas da mesma levedura. Camundongos Balb/c foram sensibilizados duas vezes com ovalbumina (OVA) intraperitoneal, com uma semana de intervalo. Uma semana após, foram desafiados com OVA intranasal, por três dias consecutivos. Vinte quatro horas após o último desafio, os animais foram ventilados (FlexiVent®) para medir a hiper-responsividade brônquica com a administração de doses crescentes de metacolina. A inflamação foi avaliada pela contagem de células totais, células diferenciais e dosagem de IL-4, IL-5, IL-13, IL-10 e IL-17A no lavado broncoalveolar e homogenato pulmonar e pela dosagem de IgE Ova-específica. Foram estudados 5 grupos: Salina (animais controle), OVA (animais asmáticos), OVA-PÃO COMERCIAL, OVA-PÃO UFMG, OVA-PÃO UFMG+Caps. Animais do grupo OVA tiveram maior hiper-responsividade, células totais, eosinófilos e níveis de IL-4, IL-5, IL-13 e IgE quando comparados ao grupo salina. A administração de pães fermentados com S. cerevisiae UFMG A-905 (com e sem microcápsulas) e comercial reduziram os níveis de eosinófilos e IL-5 quando comparado ao OVA. Somente os pães fermentados S. cerevisiae UFMG A-905 (com e sem microcápsulas) reduziram os níveis de IL-13 no homogenato. Em relação à mecânica respiratória, somente o pão fermentado com S. cerevisiae UFMG A-905 e adicionado de microcápsulas reduziu significativamente a hiper-responsividade brônquica, quando comparado ao grupo OVA. Assim, a administração de pães fermentados com a S. cerevisiae UFMG A-905 atenuou parâmetros inflamatórios da asma. Já a administração de pães fermentados e adicionados de S. cerevisiae UFMG A-905 em microcápsulas reduziu a inflamação e a hiper-responsividade brônquica, evidenciando seu potencial na prevenção da asma.