Detecção dos poliomavirus humano JC e BK em pacientes no pré transplante de fígado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Figueiredo, Marilia Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
BKV
JCV
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-06032017-114357/
Resumo: Pacientes no pré-transplante de fígado podem apresentar diversas complicações da cirrose. Uma importante complicação é o hiperesplenismo, que pode resultar no sequestro de leucócitos e na consequente diminuição de neutrófilos e linfócitos, tornando o paciente, teoricamente, mais suscetível a infecções pelos vírus BKV e JCV. Por outro lado, esses pacientes também podem apresentar comprometimento renal (síndrome hepatorrenal) e de sistema nervoso central (encefalopatia hepática). Com complicações como essas e como esses pacientes apresentam-se com a resposta celular imune circulante comprometida, pode ser interessante investigar a presença dos poliomavirus nesses pacientes. O objetivo deste trabalho foi identificar e quantificar os poliomavirus BKV e JCV em saliva, lavado bucal, sangue e urina, de pacientes no pré-transplante de fígado. Para o grupo de estudo foram selecionados, 21, pacientes cirróticos, em fila de transplante de fígado, de ambos os sexos, com idade superior a 18 anos e para o grupo controle foram selecionados 20 pacientes normorreativos, de ambos os sexos, maiores de 18 anos. Nesses pacientes foram realizadas coletas de fluídos, urina, saliva, lavado bucal, e sangue. Após a coleta e congelamento das amostras, foram realizadas pesquisas de detecção e quantificação do poliomavírus humano dos subtipos BK e JC através do método de PCR em tempo real. Quinze pacientes (71,42%) do GE apresentaram-se positivos para o BKV em pelo menos uma amostra, mas nenhum dos pacientes desse grupo apresentou síndrome hepatorrenal. Por outro lado, 66,66% desses pacientes apresentaram encefalopatia hepática, mas, apesar de 10 pacientes serem positivos para o JCV, em nenhum deles foi possível quantificar a carga viral ou associar a presença do vírus com a doença clínica. Quanto às amostras, no GE, 21 (25%) foram positivas para BKV e 10 (11,90%) para JCV e no GC 27 (34,61%) foram positivas para BKV e 6 (7,69%) para JCV. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos (p=0,52 e p=0,25). No GE encontramos um panorama semelhante ao GC, referente a presença do vírus em lavado, sangue e urina. A maior diferença entre as amostras apresentou-se na identificação do BKV em saliva. Assim foi possível concluir que pacientes cirróticos em fila de transplante hepático não apresentam maior prevalência de BKV ou JCV do que pacientes normorreativos e as complicações da cirrose (encefalopatia hepática e síndrome hepatorrenal) não estão associadas à presença desses vírus. Em pacientes normorreativos os fluídos bucais são equivalentes a urina na detecção do BKV, mas a saliva não é um bom fluido para detecção do BKV em pacientes cirróticos