Relações de trabalho, apoio social e condições de saúde mental: um estudo sobre mulheres costureiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Neliane Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-08102015-195107/
Resumo: O trabalho é uma atividade que sempre fez parte da humanidade, sendo um importante fator para a qualidade de vida, contudo, pode também produzir sofrimentos e gerar adoecimentos, em especial quando as relações que se dão neste ambiente não oferecem o apoio necessário para o combate do estresse e desgastes do dia-a-dia. Esta pesquisa teve por objetivo investigar a influência das relações de trabalho e do apoio social na saúde mental de mulheres costureiras. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório com combinação de abordagens quantitativas e qualitativas que foi realizado com 56 costureiras de quatro fábricas de costura do município de Formiga - MG. Os dados relacionados ao apoio social e condições de saúde mental foram obtidos através de três escalas psicométricas, a saber: Escala de percepção de Suporte Social no Trabalho (EPSST), SRQ - 20 (Self-Report Questionarie) e Teste de Triagem do Envolvimento com Álcool, Tabaco e Outras Substâncias (ASSIST). Os scores obtidos de cada escala foram submetidos aos testes estatísticos não paramétricos de Qui-quadrado (chi-square tests) e teste exato de fisher (fisher`s exact tests) juntamente com os dados sociodemográficas, com objetivo de verificar a associação entre as variáveis. Foi também realizado um grupo focal com o objetivo de averiguar a partir da percepção das costureiras se as relações de trabalho contribuem para o adoecimento mental dessas mulheres. Durante a realização do estudo, foram considerados, todos os aspectos éticos das diretrizes e normas propostos pela resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde para as pesquisas envolvendo seres humanos, com aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Quanto aos resultados, houve predominância de trabalhadoras com baixa escolaridade, que se autodeclaravam brancas e que não possuíam companheiro. Baseando-se no score do SRQ -20 foi identificado que mais da metade das costureiras entrevistadas (53,6%) apresentaram sintomas indicativos de transtornos mentais comuns, sendo que a maioria destas, referiram não receber ou ter dúvidas sobre o apoio social no trabalho, porém, não foi identificado associação significante entre o score dessas variáveis. Houve uma baixa prevalência do uso de substâncias psicoativas entre as mulheres entrevistadas. Foi também possível identificar que a atividade de costureira apresenta muitas características de precarização e que essas trabalhadoras percebem suas relações de trabalho como apoiadoras e também identificam nestas relações situações estressantes que contribuem para o desgaste e sofrimento