Avaliação do efeito de micro-organismos probiótics sobre Haemonchus contortus em ovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Teixeira, Renato da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/97/97132/tde-22082013-162216/
Resumo: A infecção por Haemonchus contortus é a principal parasitose que afeta a ovinocultura, provocando consideráveis perdas econômicas. Sua patogenia é caracterizada por uma intensa anemia, além de hipoproteinemia e reduções nos níveis séricos de ferro. Devido ao aumento da resistência desse parasito aos anti-helmínticos comumente encontrados no mercado, surge a necessidade de tratamentos alternativos, como por exemplo, o uso de produtos probióticos. Probióticos são alimentos funcionais que contém micro-organismos vivos, que ingeridos, com frequência e em doses adequadas trazem benefícios aos hospedeiros por meio de diferentes mecanismos de ação. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de uma preparação probiótica constituída de diferentes espécies de Lactobacillus (L. casei ATCC 7469, L. plantarum ATCC 8014, L. fermentum ATCC 9338 e L. acidophilus ATCC 4536) na forma de \"pool\" sobre H. contortus em ovinos. Para tanto foram estudados 40 animais naturalmente infectados e distribuídos em 4 grupos e por 90 dias submetidos a diferentes tratamentos, a saber: Grupo A (controle): os animais não receberam nenhum tratamento, Grupo B os animais receberam em 3 dias por semana (2ª, 4ª e 6ª feiras) uma dose de 10 mL da preparação probiótica, Grupo C os animais receberam, no dia 0 dose única de Diantel® (1 mL para cada 10 Kg de PV) e Grupo D os animais receberam, no dia 0, dose única de Diantel® (1 mL para cada 10 Kg de PV) e após 30 dias passaram a receber em 3 dias por semana 10 mL da preparação probiótica, sendo interrompido no 60° dia. A cada 15 dias foram realizados exames parasitológicos para quantificação de OPG de fezes, hemograma completo, dosagem de proteínas e ferro. Os resultados demonstraram que os animais do Grupo B (probiótico) apresentaram uma eliminação de OPG de fezes significativamente menor (p<0,05) em relação aos demais grupos com uma eficácia de ação máxima de 66,3%, além dos animais se apresentarem em melhores condições fisiológicas. Maiores concentrações de hemoglobina, hematócrito e ferro também foram observadas nesse grupo, que podem ser explicadas pela ação imunomoduladora apresentada pelas espécies de Lactobacillus avaliadas, além de facilitar a absorção de nutrientes pelo animal hospedeiro. Em relação aos animais do Grupo C (Diantel®), após 45 dias ocorreu um aumento significativo (p<0,05) na contagem de OPG de fezes indicando uma maior atividade parasitária, levando a redução dos valores de hemoglobina e hematócrito. O uso do anti-helmíntico no Grupo D apresentou eficácia máxima de 90,3% após 15 dias. A inclusão da preparação probiótica, na dieta dos animais deste grupo após 30 dias, não contribuiu para se evitar a reinfecção, possivelmente devido a sensibilidade das cepas utilizadas ao princípio ativo closantel, tendo sido evidenciada a necessidade de uma nova dosagem do anti-helmíntico após 60 dias, como indicado pelo fabricante.